O reajuste concedido aos delegados de policia do estado de Sergipe, e a provação dos 5,7% para as outras categorias e aprovado na manha desta quinta-feira (26), na Assembléia Legislativa, acabou por selar de vez, o rompimento entre as policias militar, delegados e agentes civis.
Durante a discussão que na sala das comissões que nesta quinta-feira esteve lotada por PMs, Professores e Policiais Civis, o clima chegou a ficar tenso. Em certo momento, o presidente do Simpol, Antonio Moraes, se irritou com o encaminhamento para aprovação do projeto por parte dos deputados e a todo o momento gritava contra a aprovação, dizendo que o atrelamento do reajuste dos delegados com o reajuste linear era inconstitucional.
Essa manifestação acabou por irritar a deputada petista, Ana Lucia Menezes, que chegou a afirmar que ele (Antonio Moraes) não poderia se manifestar, já que isso era contra o regimento interno da casa. A deputado foi mais alem, ao afirmar que se sentiu ameaçada e com medo. “Eu temi hoje, sim, pelo nível de debate, inclusive por uma agressão física. O representante dos policiais civis gritava a todo o momento que o projeto é inconstitucional e o dos policiais militares também. O que eu vi na manhã de hoje foi a barbárie e uma força militar que pode promover um golpe a qualquer momento”, reclamou Ana Lucia.
Vendo os ânimos acirrados e as declarações da deputada Ana Lucia, o deputado capitão Samuel Barreto, saiu em defesa do presidente do Simpol e disse que não ia admitir “nem ela (Ana Lucia) e nem deputado nenhum desrespeitar os policiais. Ele não tem obrigação de saber sobre o regimento interno da casa. Eu represento a classe policial e vou defendê-la”, avisou Samuel, que inclusive na manhã de hoje afirmou que o secretario de Segurança Publica, João Eloy “não entende de segurança”.
Essas manifestações por parte dos PMs e dos agentes, também não agradou ao presidente do sindicato dos delegados, Kassio Viana. O delegado deixou um recado claro aos colegas e as outras categorias. Ele disse não entender como pode uma categoria pedir para que outra não receba reajuste. Segundo Kassio, o relacionamento “agora vai mudar”. “Nosso reação em relação às outras categorias vai mudar daqui para frente, porque não é possível eles questionarem o nosso aumento. Nunca pisamos nessa assembléia para pedir nada contra categoria nenhuma, pode ter certeza que nossa relação com as outras categorias vai mudar”, avisou o delegado.
Para os representantes de classe, sargentos Edgard Menezes e Jorge Vieira, o governo provou que está discriminando a policia militar. Segundo eles, “o governo do estado atendeu uma reivindicação feita pelos delegados em 2008, reivindicação essa mais do que justa, porem o governo não tem tempo para atender as nossas reivindicações. O que é isso?, não é discriminação?”, questionaram.
Os sargentos foram mais alem. Eles afirmam que os policiais militares estarão nas ruas a partir do dia 2 de junho e que, a depender do que será definido na assembléia que será realizada no próximo dia 2, a segurança dos festejos juninos estarão comprometidos. “Nós vamos acatar o que for decidido na Assembléia e se nossos colegas acharem que não devemos trabalhar em nossa folga, nós faremos isso. alem de que, nós não estávamos reivindicando reajuste, e sim algo que esse governo do PT nos prometeu e não cumpriu, a exemplo da definição da carga horária, a LOB e a exigência de nível superior para o ingresso na corporação. Então já que esse governo só nos atende sobre pressão, então vamos para as ruas mostrar a nossa força”, avisaram os representantes.
Sobre as declarações do delegado Kassio Viana de que o “tratamento a partir de agora com outras categorias seria diferenciado”, Edgard e Vieira disseram que não entenderam o “recado” do delegado. “em nenhum momento nós questionamos o aumento dado aos delegados. Pelo contrario. Nós achamos justo e merecido. O que nós, estamos questionando, é a forma como o governo do estado trata a policia militar. Queremos deixar bem claro que sempre fomos a favor das reivindicações e do reajuste dado aos delegados”, disseram os representantes de classe, Vieira e Edgard.
Fonte: Faxaju (Munir Darrage)
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