Comandante da corporação diz que quem cometeu o ato tem "conhecimento da rotina do quartel, podendo ser um militar"
Pelo menos dois coquetéis molotov - garrafas com gasolina e um pavio com fogo - foram lançados ontem à noite contra a fachada do Quartel Geral da Polícia Militar (PM) de Alagoas. Ninguém se feriu. Nesta manhã, o comandante da corporação, coronel Luciano Silva, disse que quem cometeu o ato tem "conhecimento da rotina do quartel, podendo ser um militar". De acordo com ele, a corporação já possui informações sobre os possíveis autores do ataque, mas não pode citar nomes para não prejudicar as investigações.
Apesar de o atentado ter ocorrido por volta das 19 horas, logo após a passeata dos servidores do Estado pelo centro, em protesto por melhores salários, o comandante da PM disse que prefere acreditar em um ato de vandalismo, sem vinculação com o ato dos servidores. "A tropa estava mobilizada na noite de ontem, mas este ato de vandalismo foi feito por quem aproveitou um descuido."
Ainda assim, o coronel fez um alerta às lideranças do movimento grevista: "Estamos atentos e não vamos admitir radicalização". Ainda de acordo com ele, as duas bombas explodiram, no entanto apenas uma causou estragos: uma cadeira pegou fogo e danificou uma parede.
Invasão
O prédio da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), no centro de Maceió, foi invadido no início da noite de ontem por servidores estaduais em greve, que participavam de uma passeata pelas ruas centrais da cidade. A invasão aconteceu quando os manifestantes passaram pela Praça dos Martírios, em frente à sede do governo do Estado, onde seria realizado um ato público.
A manifestação é liderada por integrantes da Central Única dos Trabalhadores em Alagoas (CUT-AL) e conta com a participação do Movimento Unificado dos Servidores Públicos. Servidores de várias categorias em greve - como policiais civis, policiais militares, trabalhadores da Educação, da secretaria de Agricultura e órgãos ligados ao Meio Ambiente - participam das manifestações. Eles rejeitaram o reajuste de 7% oferecido pelo governo do Estado e exigem a reposição das perdas salariais dos últimos quatro anos.
Segundo testemunhas, durante a invasão do prédio da Sefaz houve muita correria e quebra-quebra. Manifestantes destruíram o circuito de câmeras de segurança e quebraram uma porta de vidro para entrar no prédio. Os responsáveis pela depredação no prédio usaram camisas para esconder o rosto e não serem reconhecidos.
De acordo com informações das lideranças do movimento, a invasão deve continuar pelo menos até o fim desta tarde, quando os manifestantes pretendem realizar o "enterro simbólico" do governador Teotônio Vilela Filho (PSDB). No entanto, outros servidores diziam que a invasão deve continuar por tempo indeterminado.
O governo do Estado, por meio da assessoria de comunicação, informou que já acionou o grupo de Gerenciamento de Crise da PM para negociar com os manifestantes a desocupação pacífica do prédio. Caso não haja acordo, não está descartado o uso da força para desocupar o prédio.
Fonte: Agência Estado/Último Segundo
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