Levantamento mostra que um em cada seis servidores sofre desse mal
FLORIANÓPILOS - O nível de estresse nos servidores da Secretaria de Segurança Pública (SSP) está à beira da exaustão, segundo um estudo que será divulgado no próximo dia 18. Na última semana, a reportagem teve acesso a parte dos números do Mapeamento de Fontes de Estresse.
O estudo mostrou que 15% dos trabalhadores da SSP sofrem desse mal. É praticamente um em cada seis servidores. O catalisador desse problema é a hora extra feita para complementar o salário.
De acordo com o psicólogo Roberto Moraes Cruz, professor da UFSC e consultor da pesquisa, o percentual fica atrás apenas de níveis constados entre professores do Ensino Fundamental, enfermeiros de UTI de hospital infantil e médicos plantonistas. O resultado do estudo surpreendeu negativamente o psicólogo.
– No início da pesquisa, a gente esperava um número entre 5% e 7%. Veio o dobro – alertou.
A amostra revelou uma homogeneização do problema entre as quatro corporações analisadas – Instituto Geral de Perícias, Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros.
– Desde os mais novos até os mais velhos, desde aquele em início de carreira até o que está em posto mais elevado, todos apontaram os mesmos agentes causadores do estresse – destacou o psicólogo.
Entre os cerca de 100 itens apresentados na pesquisa, a maioria dos 2,6 mil servidores entrevistados ressaltou que as deficiências organizacionais e salariais são os principais causadores. A Polícia Civil amargou os piores índices indicativos: 15,4% já estão em quase-exaustão e 2,2% chegaram à exaustão (veja tabela).
O mapeamento foi desenvolvido num convênio entre a Diretoria de Formações e Capacitação (DIFC), da SSP, e a Secretaria Nacional de Segurança Pública, que repassou R$ 1 milhão em 2009 para o desenvolvimento do projeto. Foram ouvidos 475 policiais civis, 1.766 policiais militares, 373 bombeiros e 60 trabalhadores do Instituto Geral de Perícias, em todas as regiões do Estado, em 2010.
O secretário de Segurança Pública de SC, César Gruba, disse que só comentará o mapeamento dia 18, quando receber os resultados.
Fonte: Jornal de Santa Catarina
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