quarta-feira, 4 de maio de 2011

UPPs, É HORA DE ACORDAR PARA A REALIDADE.

As UPPs, como os GPAEs, foram medidas decisivas no intuito de retomar áreas infestadas por criminosos que impunham o terror e ditavam suas próprias regras, inclusive aplicando aleatoriamente a “pena capital”. De inicio a implantação de UPPs nas comunidades foi alardeado de grande divulgação como a solução para o problema da segurança no Rio de Janeiro. Os espectadores menos atentos vibravam com a tomada de comunidades pelo Estado, mas, os mais críticos, viram certo conluio na retomada, pois, como sempre aconteceu, a entrada das forças do estado nestas comunidades sempre foram precedidas de intenso tiroteio e resistência. O fato é que na quase totalidade destas retomadas, as forças entraram sem disparar um único tiro, dando a impressão de que os meliantes simplesmente permitiram que acontecesse. Nos complexos do Alemão e da Penha, houve a principio, certa resistência, que foi cedendo à entrada das Forças do Estado, culminando com a retirada cinematográfica dos bandidos em correria. Como num filme, pareceu uma ação voltada para fins políticos. Como é sabido, havia um exercito de traficantes e um poderio bélico estimado de 1.000 fuzis, e com esse poderio bélico e conhecedores da área que dominavam, poderiam muito bem opor resistência mais acirrada. Mas o que se viu foi a retirada em massa, o material bélico apreendido foi desprezível se comparado ao arsenal divulgado. Com isso, o Governo do Estado se reelegeu, a candidata a “Presidenta” se fortaleceu politicamente no Rio de Janeiro e as Forças Federais ocupam até a presente data esses complexos. É notório que o tráfico continua forte nas comunidades com UPPs, agora mais lucrativo, sem despesas com soldados armados, pois essa parte é fornecida pelo Estado. No entorno da Vila Cruzeiro, na Penha, é fácil visualizar a grande quantidade de invólucros de drogas vazios jogados pelo chão, confirmando o comercio de drogas funcionando sem grandes problemas.

Agora a parte mais vulnerável desta história. Os efetivos destas UPPs foram preparados as pressas, na maioria composta por soldados recém saídos de sua “formação” e oriundos do interior do Estado. Com excessiva carga de trabalho, usam grande parte de seu tempo para o trabalho e trajeto para este, sendo prejudicado o convívio com suas famílias. O trajeto é caro, tendo em vista o custo das passagens e não concessão de ajuda pelo Governo, comprometendo seriamente seu orçamento, com prejuízo na alimentação e instrução de suas famílias. O Governo segue firme, com a ajuda da mídia na propaganda do suposto sucesso das UPPs, que sem duvida é uma boa iniciativa, mas sem a preocupação com a sua sobrevivência perante as oportunidades ilícitas. A imprensa do Rio não divulga, mas a de São Paulo, expõem com clareza as mazelas a que estão submetidos os PMs deste “empreendimento”. Na internet, alguns blogs divulgam as condições precárias de trabalho e acomodação dos policiais no ambiente de trabalho, estando o Estado se portando de maneira desatenciosa e até criminosa para com esses trabalhadores. Estão vindo aos poucos comentários sobre o envolvimento desses policiais com as ilicitudes antes praticadas pelos criminosos “expulsos”, como controle do transporte clandestino, internet e TV a cabo. Nossa Legislação ampara a Legitima Defesa, isto é, matar para não morrer, e é isso que o Estado submete nossos policiais, a sobrevivência, a busca de recursos para a garantia de sua sobrevivência e de sua família, mesmo que venha da ilegalidade, pois o que o estado lhes paga não dá nem para o transporte. Resta-nos a pergunta: Até quando as UPPs sobreviverão? A falta de informação pela mídia interfere na sua sobrevivência? Vários delitos nas comunidades estão, segundo denuncias, sendo explorados por policiais, esperamos que não assumam também o tráfico, em busca de meios de subsistência que o estado não lhes dá.

Texto escrito por: Ricardo Oscar Vilete Chudo

Fonte: celprpaul.blogspot.com

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