Eles apoiam a libertação dos agentes presos.
Bombeiros fazem manifestação nas escadarias da Alerj.
Depois de uma reunião, na tarde desta segunda-feira (6), seis deputados estaduais e dois federais da bancada do Rio de Janeiro assinaram uma nota de apoio e decidiram, a partir de terça-feira (7), pressionar o governo do estado a acelerar as negociações com os bombeiros e libertar os agentes presos. Os deputados são Paulo Ramos (PDT), Marcelo Freixo (Psol), Janira Rocha (Psol), Clarissa Garotinho (PR), Wagner Montes (PDT) e Flavio Bolsonaro (PP), além de Jair Bolsonaro (PP) e Chico Alencar (Psol).
Os parlamentares informaram que pretendem impedir a formação de quórum e não votar projetos de interesse do governo. Eles negaram qualquer movimento de influência política.
"O governo está sendo insensível com uma categoria que faz reivindicações justas. É necessário retomar essa negociação, mas para isso, o primeiro passo é libertar os bombeiros que estão presos", disse o deputado Marcelo Freixo.
Segundo o deputado Paulo Ramos (PDT), os bombeiros evitam formar uma comissão para negociar com o governo temendo represálias.
"Depois das prisões, as lideranças dos bombeiros ficaram com medo de procurar as autoridades e sofrer algum tipo de represália. Por isso, resolveram procurar os parlamentares para intermediar as negociações", disse ele.
A pauta de votações desta segunda foi trancada pelos parlamentares. A reunião da CPI das Armas prevista para esta tarde foi cancelada, segundo o deputado Marcelo Freixo (Psol). O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, seria ouvido para tirar dúvidas a respeito da segurança dos depósitos de armas da PM e sobre a existência de policiais com registro de atiradores.
Um protesto na sexta-feira (3) por melhores salários terminou na invasão do quartel central por cerca de dois mil bombeiros. Eles permaneceram no local durante a noite. Na manhã de sábado (4), a Polícia Militar ocupou o local e 439 bombeiros foram presos.
Segundo Polícia Militar, os bombeiros foram autuados em quatro artigos do Código Penal Militar: motim, dano em viatura, dano às instalações e por impedir e dificultar saída para socorro e salvamento.
Novo comandante diz que está disposto a negociar
O novo comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, Sérgio Simões, que assumiu o cargo no sábado (4), quando 439 bombeiros foram presos, afirmou nesta segunda-feira (6) que está à disposição dos grevistas para dialogar.
“Existe um canal de comunicação aberto, eu já mandei recado para as lideranças do movimento que eu quero recebê-los. Não nas escadarias da Alerj, eu quero recebê-los no quartel do comando geral”, disse Simões, ressaltando que o recado foi enviado no domingo (5) e ainda não teve respostas dos manifestantes.
“Eu quero ouvi-los e quero ser ouvidos por eles (...) As portas do meu gabinete estão abertas. Recebo a horas que eles quiserem, estou à disposição”, afirmou.
Sobre o aumento do salário, Simões afirmou que o governo do estado tem um programa de recuperação salarial que está em andamento. Segundo ele, em maio houve uma reunião das lideranças dos grevistas e a Secretaria estadual do Planejamento, onde foi pedido que os bombeiros apresentassem as propostas. O comandante afirmou que ainda não houve um retorno deles.
Perguntado se é possível ele intervir na libertação dos 439 bombeiros presos durante a invasão do Quartel Central, o comandante disse que isso não é de sua esfera de competência. “Esses militares foram autuados em flagrantes por crimes tipificados no Código Penal Militar. Essa documentação já foi remetida para a auditoria de justiça militar e já esta sendo analisada pela juíza auditora”, explicou.
Salários
Os bombeiros pedem um piso salarial de R$2 mil - atualmente é de R$ 950 – e também vale transporte e melhores condições de trabalho. De acordo com Simões, há dois tipos de salários: um de R$ 1.187, para o soldado que é solteiro; e o de R$ 1.414 para o que é casado e recebe o chamado salário-família.
Manifestação continua na segunda
A manifestação dos bombeiros nesta segunda-feira nas escadarias da Assembleia Legislativa (Alerj), no Centro do Rio, é um protesto e uma busca por uma solução para "os presos políticos do Cabral", disse o porta-voz dos bombeiros, cabo Gilberto Batista, do Quartel Central da corporação. O grupo afirma que vai permanecer no local.
"No momento, nossa luta é pela libertação dos presos políticos do Cabral", disse ele referindo-se aos colegas detidos na invasão do Quartel General da corporação.
Os cerca de 100 bombeiros concentrados nas escadarias da Alerj, segundo Batista, são os que estão de folga, porque, segundo ele, a corporação não quer deixar a população sem segurança.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário