Pesquisa divulgada nessa quarta-feira mostra que algum tipo de violência atingiu diretamente 30% da população no período de um ano. Por causa disso, 54% das pessoas deixaram de sair à noite
A violência fez com que 80% dos brasileiros mudassem algum hábito no último ano, principalmente evitar andar com dinheiro. O dado é um dos mais contundentes da pesquisa “Retratos da sociedade brasileira: segurança pública”, feita pelo Ibope e divulgada nessa quarta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento mostra que 9% dos entrevistados foram furtados, assaltados ou agredidos nos últimos 12 meses, 19% sabem de parentes que sofreram algum desses crimes e 2% relataram violência tanto contra si como contra um familiar. Assim, 30% da população sofreu diretamente com a violência no período de um ano.
As maiores incidências de criminalidade foram registradas nas Regiões Norte/Centro-Oeste e Nordeste, onde, respectivamente, 43% e 33% dos entrevistados relataram terem sofrido eles próprios ou um parente furto, assalto ou agressão nos últimos 12 meses. O percentual também é elevado entre os residentes nas capitais (42%) e nas cidades com mais de 100 mil habitantes (38%).
O levantamento ainda revela que a violência restringe a circulação da população pela cidade – 54% dos consultados evitam sair à noite, 48% deixaram de circular por alguns bairros ou ruas e 36% mudaram o trajeto entre a residência e o trabalho ou a escola. Além disso, 79% presenciaram violência nos últimos 12 meses, sendo que a ocorrência mais comum é o uso de drogas na rua, crime relatado por 67% da população.
O combate ao tráfico é prioridade para a segurança pública na opinião de 58% dos entrevistados. No entanto, 90% concordam que ações sociais, como educação e formação profissional, contribuem mais para diminuir a violência do que ações repressivas. “É consenso entre a população brasileira que as políticas sociais são mais eficazes para a redução da violência, mas a grande maioria também defende punições mais duras contra o crime, sobretudo contra os mais violentos”, afirma o documento.
Instituições
Para a população brasileira, as Forças Armadas e a Polícia Federal são consideradas as instituições mais eficientes para a segurança pública, sendo avaliadas como ótima/boa e regular por, respectivamente, 90% e 89% dos entrevistados. Por outro lado, as instituições com pior popularidade são o Poder Judiciário, com 34% de avaliação ruim ou péssima, e o Congresso Nacional, mal avaliado por 45% dos consultados. A segurança pública aparece em segundo lugar em uma lista de 23 maiores problemas que o Brasil enfrenta, perdendo apenas para a saúde. O tráfico e o uso de drogas aparece na terceira colocação.
No geral, 51% dos brasileiros consideram a situação da segurança pública no país ruim ou péssima, e 36%, regular. Apenas 12% a avaliam como ótima ou boa. Além disso, só 15% da população percebeu alguma melhora na situação da segurança pública nos últimos três anos. Já para 37% o quadro piorou. Para tentar reverter essa situação, 84% defendem o uso das Forças Armadas no combate à criminalidade.
Fonte: Estado de Minas
Nenhum comentário:
Postar um comentário