Lider comunitário exige que os militares deixem a associação
Policiais militares que atuam no Posto de Atendimento ao Cidadão (PAC), localizado ao lado da associação de moradores do conjunto Orlando Dantas estão com os dias contados. A informação de pedido de retirada dos policiais foi confirmada pelo comandante do 1º Batalhão de Polícia Comunitária, tenente-coronel Adolfo Meneses Teles Santos. O tenente-coronel diz que recebeu um ofício protocolado pela presidente Associação dos Moradores do Conjunto Orlando Dantas (AMORD), Maria do Carmo de Santana, dando conta que os militares deveriam deixar o local porque o prédio pertence a associação.
O comandante do 1º Batalhão de Polícia Comunitária enfatiza que a presidente da AMORD perdeu as eleições para a presidência do Conselho Comunitário de Segurança do bairro São Conrado e que por isso, pediu a extinção do conselho e decretou que os policiais devem sair do Orlando Dantas. Em meio ao desentendimento, o tenente-coronel foi transferido para compor a assessoria de comunicação da Polícia Militar.
A crise também afetou os serviços, deixando os militares sem água e com um amontoado de areia na porta do PAC. “Como a bomba da água fica do lado da associação ela [Carmem] desligou. Uma situação muito difícil que foi gerada por uma única pessoa que perdeu as eleições. Ela colocou uma caçamba de área em frente ao PAC impedindo o acesso da população”, fala o tenente-coronel.
“Ela alega que é dona do imóvel, mas terá que provar. É importante que a população saiba que a polícia não tomou essa iniciativa”, lembra.
Para o presidente do Conselho Comunitário de Segurança do bairro São Conrado, Fábio Costa, o problema vai além de uma briga pela posse da presidência. Fábio ressalta que a eleição foi reconhecida pela Justiça e que no dia 14 de setembro desse ano e que no dia 15, Maria do Carmo de Santana, decidiu extinguir o conselho. “A eleição foi convocada pela Federação dos conselhos e contou com a presença de oficiais da PM que reconheceram a eleição. No entanto, o maior problema é a retirada do PAC os moradores não podem perder a segurança em virtude da vontade de uma única pessoa. Com a retirada do PAC os militares vão para o Santa Maria”, reclama Fábio Costa.
Associação
A equipe do Portal Infonet conversou com a presidente da AMORD que foi enfática ao não reconhecer a eleição para o conselho de segurança. Maria do Carmo de Santana, conhecida como Carminha, disse que o conselho foi criado por ela em 2007 e que desde então é responsável por todas as despesas do PAC. “A PM não paga aluguel e a cozinha é da associação. O fogão, beliche, material de limpeza e água mineral é tudo por conta da associação. Eu não aceito trabalhar com esse grupo e por isso, eles vão ter que sair”.
Maria do Carmo alega que o problema foi gerado após a recusa em pagar o valor de R$30 mensal a Federação dos Conselhos. “A maioria dos conselhos não aceita a federação e fui a primeira a se recusar a pagar esse valor, por isso eles criaram essa eleição que eu não reconheço”, salienta Maria que acrescenta que negociou com a Companhia Estadual de Obras Públicas (Cehop) uma dívida do prédio da associação no valor de R$11 mil.
Federação
A presidente da Federação dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública do Estado, Maria Edvan Carmo, diz que não vai permitir a retirada dos policiais do PAC e manifesta repúdio a decisão da presidente da associação. “Não tenho a confirmação da retirada por parte do comando da PM, mas não vou permitir que isso aconteça porque a associação não pertence a Carminha, mas sim ao povo”, reforça.
Questionada sobre a falta de pagamento e o boicote a Maria do Carmo, a presidente da federação nega. “Nunca existiu isso, temos filiados em todo Estado 32 conselhos e não exigimos o pagamento de ninguém. Quem pode contribuir paga R$10 mensal, somente três conselhos pagam R$30”.
Por Kátia Susanna
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