Muito se tem falado no Movimento Paredista dos Policiais e Bombeiros do Maranhão, a grande maioria da população achou justo a paralisação dos militares e uma pequeníssima porção da sociedade principalmente grupos e setores cooptados pelo governo do Estado acharam um absurdo a greve dos militares. Independente dos contras e a favores a greve dos militares cujo lema era: “Polícia e Bombeiros Unidos o ano inteiro”, canção esta que foi massificada pelos os militares durante todo o Movimento Paredista, tendo como grande animador e puxado da canção a figura do Cb Roberto Campos. O movimento deflagrou-se pelas insatisfações dos militares para com o governo as causas são inúmeras, iremos apontar alguma ao logo de nossa reflexão.
A desvalorização dos militares foi um dos pontos que levou a paralisação, policias e bombeiros sempre ficaram a margem do Sistema de Segurança, mesmo sendo o maior efetivo e a polícia que mais trabalha, nunca houve de fato uma política de valorização da classe militar. Baseado nos dispositivos constitucionais que diz que os militares não podem fazer greve e sindicalizar-se, os governos estaduais usaram e abusaram dessa norma legal para coibir qualquer tentativa de contestação das legislação vigente. Como os militares não podem paralisar suas atividades, os governantes sentiram-se no direito de desrespeitá-los e desvalorizá-los ao seu bel prazer. O controle de alienação dos militares foi promovido pelos regulamentos disciplinares, que em seus conteúdos traziam a coisificação dos militares. Os chamados subordinados, são tratados como animais, muito mais próximo de escravo de que um funcionário público. As famosas determinações que devem ser cumpridas fielmente sem nenhuma ponderação, questionamentos, críticas ou reflexão são os objetos de exploração das castas militares que sempre teve com pilastra a obediência cega, que tornou os militares muito vulneráveis aos abusos e desmandos reacionários por parte dos semi-deuses superiores hierárquicos. Sempre os militares foram tratados a margem da Segurança Pública, simplesmente pelo fato de não poder entrar em greve os governos se prevalecem dessa norma legal. Essa idéia que a lei tem que ser cumprida pelo fato de constar na constituição é uma estapafúrdia, mesmo porque o que se menos faz é cumprir a constituição, o que se questionava o tempo todo foi a ilegalidade dos militares do Maranhão, apesar que foi uma ilegalidade forjada pelo próprio governo, no qual usando de seu poder despótico e não respeitando a própria constituição, porque ela diz que os poderes são independentes e harmônicos, porém o que observar é que um poder controla os demais ao ponto de decretar de forma súbita a ilegalidade da paralisação, baseado apenas num parâmetro da constituição que não define de forma categórica quem são esses militares, apesar que há jurista que defende a tese que esses militares sejam os das forças armadas. Depois que foi decretada a ilegalidade do Movimento Paredista, o governo usou e abusou da mídia para disseminar essa suposta ilegalidade, todavia o governo esqueceu que quem está cometendo ilegalidade é ele próprio, quando o Supremo Tribunal Federal já decidiu em favor dos militares a questão do escalonamento vertical, quem é mais ilegal?
As reivindicações dos militares são extremamente justas, no qual a própria sociedade julgou que os militares estavam corretos em suas lutas, a população abraçou a causa militar e compreendeu que a única maneira de conquistar seus intentos seria um enfrentamento com o governo, porque paciência os militares tiveram até esgotar as últimas vias de negociações. Quando os militares entenderam que a situação estava insustentável, o Movimento Paredista foi deflagrado no dia 08 e 23 de novembro de 2011.
Os militares clamavam por dignidade, respeito e valorização, contudo o seu clamor não chegava aos ouvidos do governo, sempre com os velhos discursos de está tudo bem e tudo sobre controle, desprezaram uma classe que jamais poderiam. Todas posturas coercitivas por parte do governo, só serviram para fortalecer mais ainda a força que estava nascendo, talvez o governo não imagina a força que eles estavam perdendo. Não se pode subestimar ninguém, quando os militares foram afrontados no que se tem de mais sagrado para o ser humano que é a dignidade, surgiu em todo o Estado um sentimento de revolta por parte dos militares, apesar do uso mássico da mídia “estatal” pelo governo em depreciação ao Movimento Paredista, uma coisa o governo não pode impedir, a convicção e determinação de mudança dos militares.
Surge no Maranhão uma nova polícia e bombeiros, mesmo algumas tentativas desesperadas de alguns comandantes de unidades numa possível estabilização dos antigos costumes, algo que eles em suas mediocridades não conseguem compreender que essas práticas ficarão para sempre no passado. O poder coercitivo não conseguiu frear ânsia de mudança e não vai ser atitudes de meia dúzias de pseudo legalistas que farão com que a velha ordem seja estabelecida. As mudanças que ocorreram deixaram marcas incomensuráveis que jamais serão apagadas da história. É normal a resistência por parte da velha guarda que não aceita e nem admite as mudanças, mesmo porque o temor está na perda do poder absoluto que é sustentado a quase dois séculos. As castas hierárquicas foram rompidas, os laços se afrouxaram e os patriciados perderam seu rumo. Os plebeus demonstraram que sua força foi o ponto nevrálgico da ruptura com alto clero, que com mãos de ferro dominaram os militares por mais de 170 anos. O RDE foi triturado no liquidificador, os seus dias estão contados, sua extinção está anunciada, seu fim e destino estão garantidos no lago de fogo e enxofre, o RDE será mandado para os quinto do inferno, onde mora o satanás e seus demônios. O RDE encontra-se na UTI no estagio terminal, esperando apenas o capeta vim buscá-lo.
Fonte: blog do Ebnilson
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