Depois de se reunirem informalmente na tarde desta terça-feira, deputados da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado anunciaram no início da noite que os nove bombeiros militares e os 17 PMs que estão no presídio de segurança máxima de Bangu 1 por incitação à greve e crime de desobediência serão transferidos para quartéis da PM. A remoção foi uma das reivindicações apresentadas aos parlamentares pelas mulheres desses militares.
De acordo com o presidente da comissão, deputado Mendonça Prado (DEM-SE), o governo fluminense concordou com a transferência após uma série de medidas articuladas pelos deputados.
"Os parlamentares se pronunciaram, algumas ações jurídicas foram formatadas com o objetivo principal de instar o Poder Judiciário, o presidente da Câmara dos Deputados e a formação de uma comissão externa da Câmara dos Deputados. Depois de todos esses atos e movimentos, graças a Deus, prevaleceu a sensatez e o bom senso", afirmou.
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) esteve em Bangu 1, na segunda-feira, e disse que a prisão dos líderes grevistas foi arbitrária e desrespeitava os direitos humanos. "Um PM que delinque ou que é acusado de algum assassinato, de um achaque ou de formação de milícias não vai para Bangu 1. E esses, em uma greve que, na verdade, teve muito pouca força, foram imediata e arbitrariamente não apenas presos, mas jogados lá. O diretor do presídio disse: 'Eu tive que tirar presos de alta periculosidade daqui – para alegria deles, que saíram de um regime disciplinar forte – para colocar colegas (policiais)'", ressaltou Alencar.
Mulheres reclamam
As mulheres dos policiais e bombeiros presos deram um tom ainda mais dramático à situação de seus maridos em Bangu 1. Eliane Zanota, mulher de um bombeiro salva-vidas na praia da Barra da Tijuca, não escondeu a revolta. "Eles são profissionais concursados e especialistas em salvar vidas. Meu marido não roubou e não matou. Ele salva vidas. O comandante os colocou no pátio e disse que eles não são nada, que eles não prestam para nada e que não fazem falta. O que eles estão pedindo é condição de trabalho", disse.
Cristiane Daciolo, mulher do líder do movimento dos bombeiros, cabo Benevenuto Daciolo, também reclamou das prisões. "Eu estava no saguão do aeroporto aguardando o meu marido – eu e os meus três filhos – e não me deram a oportunidade de chegar perto dele. A causa é justa e sempre foi mansa, pacífica e ordeira. Em momento algum, houve depredação por esses profissionais", destacou.
Além dos presos em Bangu 1, há dezenas de outros PMs e bombeiros em prisão administrativa. A OAB e a Defensoria Pública do Rio também foram mobilizadas em busca de habeas corpus para a soltura definitiva dos presos.
Fonte: Agência Câmara
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