CONSELHOS. BALANÇA PRECISA SER AFERIDA.

Esta semana, a redação do FAXAJU on-line recebeu um e-mail de um policial militar que chamou a atenção, pelas informações passadas. Essa informação com certeza também vai chamar a sua atenção.

O policial militar conta em seu e-mail que “existe na corporação, na ativa, um coronel, um tenente coronel um capitão e um sargento, que foram processados pela justiça e nunca enfrentaram um Conselho de Disciplina”, diz o PM no e-mail.

Isso chamou a atenção, porque por muito menos, ou por nada, major Adriano, capitão Ildomário, tenentes Ribamar e Lucas, sargentos Eraldo, Prado, Edgard e Vieira e cabo Mororó responderam e estão respondendo a IPMs e Conselhos instaurados pelo comando.

O tenente coronel foi processado pelo Ministério Publico Federal, enquanto o coronel está sendo investigado de ter cometido crime de peculato, já o capitão continua preso acusado de assassinato, enquanto o sargento foi preso em outro estado. Nenhum enfrentou, até o momento, um “conselho”. Em nenhum momento se pede para que esses PMs sejam punidos, mas que seja usado a mesma balança que foi usada para pesar os crimes dos outros.

É preciso informar que a indignação do PM autor do e-mail e também nossa, é o motivo que levou o comando a não instaurar procedimentos, tais como IPMs e Conselhos para esses militares. O problema levantado pelo militar não é se esses PMs são ou não culpados e sim, já que eles foram indiciados em algum tipo de crime, então que se abra um procedimento, a exemplo da “punição exemplar” que foi aplicada ao sargento Jorge Vieira da Cruz, que vai ser reformado (aposentado), perdendo 50% do salário.

Ninguém consegue entender a distinção nos tratamentos. Vieira vai ser praticamente expulso da corporação, porque lutou, deu a cara para bater, foi para as ruas, denunciou os erros praticados (veículos sem placas, falta de fardamento, PMs instalados em locais insalubres) pelo comando da policia militar. Por esse motivo, o sargento vai para a reserva.

Major Adriano, capitão Ildomário e sargento Edgard estão com um pé dentro da corporação e outro fora. Eles são acusados dos mesmos “crimes” praticados por Vieira. “Lutar por melhores condições de trabalho da corporação”.

Em nenhum momento, o e-mail do policial faz referencia a que tipo de punição deveria ser aplicado aos coronéis processados, mas a exemplo do PM, nós também fazemos a pergunta. “Porque não foi colocado na mesma balança que pesou as acusações do coronel, do tenente-coronel, do capitão e do sargento preso na Bahia, as acusações imputadas a Adriano, Ildomário, Lucas, Edgard e Vieira?. Crime é crime, aqui, ali acolá. Portanto, o que da para entender é que na policia militar há duas balanças. A que pesa os pecados dos amigos e a que pesa os pecados dos “desagradáveis”.

Ou será que tudo isso é encomendado e tem “dedo” de político que por algum motivo os quer fora da corporação?. Ou será que esses campeões de IPMs incomodam o sistema?. O que se nota, como diz o e-mail do militar, “até parece que o que está ocorrendo dentro de nossa corporação não passa de perseguição. Acho que usam o velho adágio: amigo meu se tem defeito eu tiro. Inimigo se não tem eu coloco. Ao que tudo indica colocam mesmo”, ironizou o policial.

Talvez agora, esses “perigosos elementos”, campeões de IPMs e Conselhos, estejam atrapalhando o sistema e por isso devem “se retirar”.

Portanto, a partir do e-mail do PM e por essas citações acima, sugerimos que a “balança” que pesa as acusações feitas a policiais militares, seja AFERIDA, ou trocada.

Fonte: Faxaju (Munir Darrage)