segunda-feira, 23 de abril de 2012

POLÍCIA MILITAR E CONCURSO PÚBLICO.

De um militar: “Em 1998, o então governador do Estado realizou um concurso público para ingresso nos quadros da Polícia Militar, do qual resultou a incorporação de aproximadamente 1000 (hum mil) policiais militares. ainda em 2002, o mesmo gestor, realizou outro concurso, contratando ao final, mais uns 500 (quinhentos) policiais. Já em 2005/2006, foram incorporados mais uns 1000 (hum mil) policiais militares. Preliminarmente, notícias dessas sinalizam um ganho para a sociedade, mas esse ganho é um ganho questionável, pois lamentavelmente, em regra, os chefes de executivo ao invés de gerirem a coisa pública visando implementação de políticas de estado, preferem fazê-lo somente visualizando políticas de governo. Na primeira, o governante visualiza a permanência do estado como ente contínuo e baliza sua gestão nesse fato, independente de quem seja o seu sucessor. Esse governante pensa na sociedade, no bem da sociedade, assim suas decisões são estratégicas não deixando em nenhuma delas de considerar o impacto futuro (leia-se algumas décadas). Na segunda hipótese, o governante pensa apenas na sua permanência pessoal no poder, de modo que seus esforços limitam-se à projeções para o próximo pleito eleitoral. Ao invés de décadas, temos no segundo caso menos de dois anos cobertos pela estratégia desses últimos, e as demandas da sociedade são analisadas limitadas à esse micro período. Qual a relação disso tudo? Se considerarmos o efetivo da polícia militar da ordem de 5000 (cinco mil) homens, veremos que 1000 homens representam 20% do efetivo. Isso, a curto e médio prazo não parece ser uma solução, mas a longo prazo torna-se um problema. Pois, daqui a 30 anos, esses 1000 policiais estarão completando todos o período de reserva e serão desligados do serviço ativo. Quando esse dia chegar, a PM terá um problema grande de reposição de efetivo. As instituições públicas precisam trabalhar verificando a relação entre a contratação e o aposentamento do seu pessoal, evitando vácuos na reposição do pessoal, o que somente causa problemas de ineficiência. Qualquer pesquisa objetiva feita em uma polícia militar do país, vai apontar um problema relacionado ao período de aposentamento de integrantes de uma turma grande demais de policiais. Como exemplo da boa técnica, quando foi definido que São Paulo seria sede de jogos da copa do mundo, logo a Polícia Militar planejou a incorporação de policiais para completar o efetivo previsto, passando a realizar concursos anuais oferecendo 2000 (duas mil) vagas, até atingir o total. Só que lá, o efetivo previsto da PM é de pouco mais de 100.000 (cem mil) homens, e à época a necessidade de efetivo era entre 5.000 e 10.000. Percebamos que em um universo de 90.000 (noventa mil) policiais, a oferta de vagas foi dividida em percentuais pequenos. Se pensarmos em 100.000 teremos 2.000 como apenas 2%. muito distante dos 20% ocorrido nestas terras na década passada. A polícia aqui já tem duas turmas que causarão problemas ao passarem à inatividade, as turmas de 1998 e a de 2005. Se há pretensão do governo do estado realizar um novo concurso para a polícia militar, este tipo de avaliação não deve ser esquecido, pois consiste em uma política de governo. Se assim não o fizer, certamente estará deixando uma questão delicada a ser enfrentada daqui há 30 anos”.

Fonte: Blog do jornalista Cláudio Nunes

Um comentário:

  1. Isso mesmo jornalista o governo tem qe ir fazendo a esquematização para que num ocorra problemas futuros.
    Mas você tem alguma previsão de quando vai ser o próximo concurso da policia militar sergipana?

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