Por volta das 23:30 horas deste domingo (22) a situação ainda é tensa no Complexo Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho (Copenjaf). Familiares dos detentos estão do lado de fora e acusam uma funcionária de nome Valesca de tratá-los com humilhação. A situação dos presos, segundo a mulher de um dos detentos, é degradante.
Segundo informação que corre na área externa do presídio, uma comissão de detentos saiu para conversa com o secretário da Justiça, Benedito Figueiredo, o da Segurança, João Eloy e um juiz da vara de execuções. Os presos estão pedindo o afastamento do atual diretor do Copenjaf e o acusam de tratá-los com violência.
O presidente do Conselho da Comunidade na Execução Penal e da Pastoral Carcerária, ex-vereador Magal, foi proibido de ser interlocutor de um entendimento para por um fim à rebelião. Magal disse que infelizmente, por incompreensão da própria direção do presídio, dificilmente se chegará a uma negociação.
A rebelião - Espancamentos constantes, maus tratos, abuso de autoridade e opressão foram os motivos para 400 presos do Complexo Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho, situado no bairro Santa Maria, região Sul de Aracaju se rebelarem. Desde as 14 horas deste domingo (22), eles mantêm três agentes penitenciários como reféns, além de aproximadamente 100 visitantes que estavam no complexo. Segundo informação de um advogado criminalista, os detentos pretendem entregar ao promotor Luiz Cláudio Almeida, uma relação de todos os envolvidos em casos de agressão e maus tratos.
Até às 22 horas não se tinha chegado a um entendimento. Os detentos mantêm agentes penitenciários como reféns e os seguram com facas apontadas para os seus pescoços. Alguns deles têm escopetas. O promotor Luiz Cláudio está no local e acompanha as negociações em frente ao presídio.
As escopetas em poder dos presos foram retiradas da sala de armas do presídio, com o objetivo de ameaçar a quem tentasse impedir a rebelião. Os detentos permanecem concentrados no refeitório da unidade, onde quebraram várias janelas.
O clima ainda é tenso e os detentos se mostram muito nervosos. Os ânimos se exaltaram ainda mais, após um dos internos ter sido atacado por um dos cães utilizados para fazer a segurança da área externa do presídio. Os rebelados mataram dois cães da vigilância.
Reviver – Há 40 dias aconteceu uma rebelião intensa no mesmo período, quando mais de 150 presos incendiaram um pavilhão inteiro. Todos os presos foram punidos por várias semanas e ficaram sem banho de sol e sem alimentação durante dois dias. A punição coletiva é proibida por tratado internacional.
O Complexo Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho é terceirizado. Quem o administra é a empresa Reviver, da Bahia, que recebe R$ 2 mil por cada detento. Lá, todos os presos convivem nos mesmos pavilhões, desde o mais perigoso assassino, até àqueles que tenham cometido crimes mais simples.
Cerca de 130 homens de diversos núcleos da Polícia Militar como o Grupamento de Choque Radiopatrulha (RP) e Companhia de Policiamento de Trânsito (CPtran) estão no local. Uma equipe do Corpo de Bombeiros e uma ambulância do SAMU, também permanecem em frente ao complexo.
Fonte: Faxaju
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