quarta-feira, 13 de junho de 2012

CENTENAS DE PROFESSORES "SEPULTAM GOVERNO DÉDA"?

Categoria decidiu encerrar a greve e continuar luta pelo Piso


O clima foi de tensão na manhã desta terça-feira, 12, durante a assembleia dos professores da rede estadual de ensino no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, local em que foi realizado o ‘velório do Governo Déda’. Após várias discussões que passaram pelas ameaças de corte de ponte dos grevistas e pela multa diária no valor de R$ 20 mil devido ao descumprimento à decisão judicial, a maioria da categoria decidiu pelo fim da greve que completa 58 dias.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Educação (Sintese), Ângela Melo destacou a luta dos professores. “Sei que esse é o momento do sacrifício e de uma coisa eu tenho certeza, seja qual for o resultado da assembleia, ficaremos felizes por termos uma categoria como a nossa, que respeita aos chamados do sindicato. Vamos continuar lutando, vamos continuar colando adesivos nos carros cobrando o pagamento do Piso e realizando atos, vigílias na Assembleia Legislativa. Nós temos que fazer do Governo Déda um inferno”, enfatiza Ângela Melo.

O microfone foi aberto e vários professores se inscreveram para falar antes da votação. Uns defenderam a desobediência à Justiça [que decidiu pela ilegalidade] e outros afirmaram temer o corte no ponto, nos salários, enfim, as possíveis conseqüências.

“Nós reclamávamos do Governo João Alves por ter cortado o ponto. Ele cortou o ponto dos professores, mas não cortou a carreira. A gente fica recebendo críticas por ter votado em Déda, mas eu digo aqui que a gente colocou e a gente enterra”, afirma o professor Rafael.

De acordo com o professor Iran Barbosa, o momento não é de banalisar e nem de desqualificar a greve, mas de colocar os pés no chão. “Estamos em um cenário muito difícil e precisamos saber as conseqüências de suspender ou de continuar a greve. Nós somos lutadores, não somos suicidas e tem uma coisa que nos dá tranqüilidade é saber que o que a categoria decidir aqui, a diretoria do Sintese vai dar encaminhamento. Mas precisamos saber quais as táticas, os instrumentos que vamos estar utilizando para fortalecer a luta”, resslata Iran Barbosa.

A professora Ana Lúcia informou que a luta vai continuar na Assembleia Legislativa. "Amanhã teremos uma reunião com a presidente da Assembleia, Angélica Guimarães para discutir a situação dos professores e vamos solicitar que todos os 24 deputados estaduais fiquem do nosso lado nessa luta", diz.

Cortejo

Após a decisão da categoria em acabar com a greve e continuar a luta em prol de bandeiras como o reajuste do Piso Salarial para todos os professores, para toda a carreira, em defesa da escola pública, gratuita e de qualidade, os professores saíram em cortejo pelas ruas do Centro comercial, levando um caixão com um boneco simbolizando o governador Marcelo Déda, várias coroas e as mulheres usando véus pretos.

O ato foi encerrado na Praça Fausto Cardoso, em frente ao Palácio Museu Olímpio Campos, onde foram colocadas tendas protegendo uma catatumba montada para o sepultamento. Várias pessoas que passaram pela praça pararam para saber do que se tratava.

Fonte: Infonet (Aldaci de Souza)

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