O presidente da Associação dos Militares do Estado de Sergipe (Amese), sargento Edgard Menezes, foi absolvido de seis acusações referentes à sua conduta profissional, por conta de ter compactuado com o movimento Tolerância Zero. O Conselho de Disciplina da PM (foto) se reuniu nesta terça-feira (11) na sede da CPTran e o absolveu por três votos - dos tenente coronel Paulo Batista, capitão Machado e major Carlos Rolemberg - a zero.
“Foram 50 dias de investigações e não acharam nada que comprometesse a minha conduta. É mais uma etapa vencida. Já me dá uma certa tranquilidade”, comemora Edgard. Entretanto, a decisão do Conselho de Disciplina não será a única. Ainda deve passar ao final pelo comandante Geral da PM, coronel Aelson Resende, que poderá concordar ou não com o parecer.
O sargento Edgar respondeu por seis acusações, algumas delas por ter dado entrevista a veículos de comunicação, por ter feito assembleia geral e ter incentivado os policiais a não dirigirem as viaturas não licenciadas, fato que foi repercutido pelo movimento Tolerância Zero da PM.
Julgamento continua
Acusações da ordem de conduta também estão sendo analisadas por demais militares que aderiram ao movimento Tolerância Zero. São 300 homens que poderão ser retirados das ruas, o que pode prejudicar ainda mais o policiamento na capital sergipana - 200 deles por terem doado sangue no Pré-Caju deste ano e 100 por prática de motim, ao recusarem dirigir viaturas irregulares na época.
Segundo o sargento Edgard, a Justiça ainda não acatou a denúncia contra os 200 militares, mas os 100 já estão respondendo. Sobre a acusação de motim, o promotor da 6º Vara Criminal Militar enviou procuração ontem para que providências fossem tomadas contra os responsáveis pela fiscalização das viaturas que circulavam irregularmente. Já que os 100 policiais estão sendo indiciados, o promotor pede que seja incluído também a comissão da polícia responsável pelos contratos das empresas que mantém as viaturas. “Essa comissão não tomou providências para resolver os problemas que denunciamos. Então, é a comissão que deve ser punida e não os policiais”, avalia Edgard.
O sargento Edgard antecipou que, se for preciso, vai acionar a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa; a OAB, a Comissão dos Direitos Humanos do Congresso Nacional, a Secretaria da Presidência da República e até a Anistia Internacional, para garantir a integridade moral e os direitos dos militares.
Lembre
O movimento Tolerância Zero teve o seu primeiro ato em 2009 com o objetivo de lutar por melhores salários e condições de trabalho. Os agentes policiais, assim como os bombeiros, deram continuidade ao movimento em janeiro deste ano, paralisando praticamente toda a frota de veículos, também durante os feriados e eventos festivos, além de doarem sangue no Pré-Caju, garantindo pela Lei Federal o direito a folga.
Na época, o major Adriano Reis falou que 22 inquéritos militares foram instaurados para demitir a ele e aos presidentes das associações. “E não contente com isso, o Estado, de forma absurda, instaurou conselhos para julgar a nossa conduta. A intenção é de nos demitir, simplesmente porque nós cansamos de dizer à sociedade que está tudo bem. Agora como foram desmascarados eles estão desesperados para demitir a gente”.
Fonte: F5 News (Fernanda Araújo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário