Os últimos anos têm mostrado aos trabalhadores da segurança, o quão se faz necessário o amadurecimento da categoria, além da maior participação nas discussões sociais para não se ver preterida nas mudanças que estão por vir. Nos últimos anos os profissionais da segurança começaram a ensaiar uma participação qualitativa, no intuito de resgatar a cidadania, cujo lema é moda (mais do que fato), entre os civis.
Esse amadurecimento vai desde a inserção nas redes sociais, organizando eventos, criando comunidades afins, blogues e sites com temas relativos à categoria, passando pela reivindicação de melhoras das condições de trabalho, salário, direitos trabalhistas, combate ao assédio moral, acesso aos Direitos Humanos, regulamentação da carga horária, pagamento de periculosidade/insalubridade, dentre outros.
Inocentemente, muitos no seio da tropa acreditavam que esses benefícios, (alguns já previstos na Constituição Federal), seriam "doados" para a família militar como benesses, pela misericórdia e alguns eventos demonstraram que não é bem assim. Passeatas pela PEC 300, a famosa emenda constitucional que cria o piso nacional dos profissionais da segurança pública, assim como a PEC 308 para os agentes penitenciários e sócio-educativos, mostraram a esses profissionais o quando é árdua a tarefa de cobrar seus direitos, e mais, o quanto é necessário que tenhamos políticos oriundos dessas classes. Pelo efetivo desses trabalhadores, somados ao parentes, amigos, estima-se que seja em torno de quatro milhões. Se compararmos ao número de deputados federais, por exemplo, a representação quase inexiste.
Mas, não foram apenas os fatos recentes, como as pec's supra citadas, que despertaram a consciência política da classe, o surgimento de grupos do crime organizado, a matança e verdadeira caça aos policiais acabam por acelerar essa maturidade, onde podemos concluir que não é só com armas que se vence a violência. Precisamos de um pelotão de políticos enjangados em suprir as demandas da classe, e no jogo político a malandragem dos gabinetes é bem diferente da encontrada nas ruas, onde o inimigo está identificado, diferentemente das artimanhas políticas, onde se dá o tapinha das costas num dia e no outro se vende a categoria por interesses nada republicanos.
Precisamos transferir os títulos de eleitor, para votarmos naqueles em que acreditamos. Temos que votar em candidatos da classe, em pessoas que conhecemos minimamente a sua história e depois de eleito, continuarmos nossa vigilância. Caso contrário, seremos refém do crime organizado armado, e dos omissão organizada política.
Fonte: Blog do Anastácio
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