5 policiais pedem indenização de R$ 24,8 mil por danos morais de cantora.
Ação foi movida após show em que ela foi detida por desacato em janeiro.
Rita Lee é ouvida nesta quinta-feira (8) em uma audiência no 7º Juizado Especial Cível de Aracaju. No processo, 35 policiais militares pedem indenização por danos morais à cantora, alegando que sofreram ofensas em um show realizado em janeiro na região metropolitana da capital sergipana. Cada autor pede indenização no valor de 40 salários mínimos, R$ 24.880.
Rita Lee fez seu show de despedida no município da Barra dos Coqueiros no dia 29 de janeiro deste ano. Ela teria xingado policiais que faziam a segurança no local de "cachorros" e "filhos da puta" e acabou detida por desacato.
Audiência
A cantora chegou ao Fórum Desembargador Fernando Franco, na Zona Sul da capital, por volta das 8h e não falou com a imprensa. Ela cobriu o rosto com o cabelo e entrou por um acesso especial, utilizado por juízes.
A audiência é presidida pela juíza Andrea Caldas Souza Lisa. Também devem prestar depoimento cinco policias, segundo o advogado da ação coletiva, Edmilson Júnior. Os demais estão do lado de fora do fórum, aguardando o término da audiência.
No aeroporto, durante a manhã, Rita Lee declarou à equipe de reportagem do 'Bom Dia Sergipe', que respeita o trabalho do Judiciário. “Estou aqui em respeito à Justiça de Aracaju e confio muito nela. Aqui tenho muitos amigos e um carinho muito grande. Tenho até uma pulseira, fruto de um presente de uma amiga da terra. Por enquanto só posso falar isso”, disse a cantora ao lado de fãs.
A assessoria da juíza Andrea Caldas Souza Lisa, informou que o procedimento legal do juizado é que a sentença seja divulgada no mesmo dia, mas neste caso como muitas pessoas foram ouvidas, nada impede que a juíza tenha mais tempo para analisar e dar a sentença, que deve sair entre quatro e cinco dias.
Conciliação
De acordo com o coronel da PM, Adolfo Menezes, que participa da audiência, a defesa da cantora propôs que os policiais assinassem um documento para formalizar que agiram de maneira truculenta durante o show. Em contrapartida, a cantora também assinaria um termo assumindo que se exaltou e exacerbou as palavras. “Isso não era nem para ter sido colocado em pauta, é uma discrepância por parte da cantora. Chega a ser indecente e até imoral”, afirmou.
Policiais
"Estou confiante que iremos ganhar esta causa porque o processo está bem constituído", disse o advogado dos PMs. "O ato de Rita Lee poderia ter tido consequências maiores, já que ela incitou o público contra os policiais que realizavam a segurança do evento, e que em nenhum momento agiram com violência contra o público", afirmou.
O policial militar, Wilson Santos, que representa os PMs, afirmou que as declarações da cantora feriram a honra dos militares. “Se fosse em outro país a cantora estaria presa, pois denegriu e humilhou a polícia, que é um representante do poder do estado.”
Outros sete policiais também movem uma ação contra Rita Lee, mas na Justiça comum. Segundo o advogado do grupo, que acompanha a audiência desta quinta no fórum, a primeira audiência conciliatória ocorreu há alguns meses com a presença do advogado da cantora. "Como eles optaram por seguir pela Justiça comum, o processo será bem mais demorado do que os que ingressaram com a ação no Juizado Especial", afirmou Allan Almeida de Oliveira.
Na véspera da audiência, Rita Lee postou em seu Twitter: “A vaca profana se encaminha para o matadouro dos canalhas. A bruxa caminha serena para a fogueira da Inquisição. O cordeiro se prepara para ser sacrificado em nome dos senhores da guerra”.
Fonte: G1 Sergipe (Denise Gomes e Marina Fontenele)
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