Antes de começar a escrever o texto que seguirá neste comentário quero pedir desculpas aos leitores deste conceituado blog para o fato de estar usando o anonimato. Sou oficial da Polícia Militar, há quase dez anos no mesmo posto, e me encontro totalmente insatisfeito com a atual situação por que passa nossa briosa corporação.
Para início de conversa, venho aqui parabenizar os verdadeiros gestores da segurança pública deste estado, os SENHORES delegados da Polícia Civil pelos seus recentes feitos e por terem, literalmente, colocado a Polícia Militar no bolso e sob sua subordinação de uma forma nunca antes realizada neste estado.
Não bastasse os delegados de polícia civil terem ocupado com bastante destreza os cargos de secretário e secretário-adjunto da Segurança Pública do estado, uma delegada ocupa agora, e com todos os méritos, a recém criada Secretaria Municipal de Segurança Pública do Município de Aracaju. Para a Polícia Militar, quando sobra, e se sobrar, só nos cabe o segundo escalão e a omissão em tentar pelo menos ocupar uma destas vagas e lutar pela melhoria da instituição.
No ano passado a tropa realizou uma demonstração histórica de revolta com o tratamento de quarta categoria que vem sofrendo do governo do estado. Cansada de esperar pelo comando da corporação resolver os problemas históricos de caráter trabalhista e social, ela mesma resolveu chamar a atenção da sociedade e do governo realizando atos que culminaram com o quase cancelamento de Precaju do ano passado.
Muitos oficiais da Polícia Militar, eu incluso, cumpriram com seu juramento institucional, compareceram ao evento e trabalharam como elementos de execução nesta festa realizando buscas pessoais, transportando elevados, dirigindo viaturas, obedecendo cegamente à doutrina de obediência cega que nos é cobrada nas academias de Polícia Militar.
Só que a insatisfação que reinava somente no seio das praças pulverizou-se também em direção ao oficialato de baixa patente no dia de ontem com a prisão do oficial mais humilhado da história recente da PM sergipana. Para os que não se recordam, o capitão Leandro tomou uma famosa cangalha de vários capitães mais modernos no final do ano de 2006. Tal cangalha se fosse realizada por oficiais que possuíssem o mínimo de ética no proceder de seus cargos seria plenamente aceitável. Mas, não foi o que ocorrera. Sem citar nomes, todos os que passaram à frente de Leandro eram tradicionais bajuladores de políticos de nosso estado, que construíram suas carreiras na base da pidança e outros jeitinhos que muito bem conhecemos.
A prisão do capitão Leandro mostra muito bem o poder que possui um coronel de Polícia Militar. Um poder apenas interno e constrangedor!
Onde estava este mesmo coronel de Polícia Militar quando os delegados da Policia Civil conseguiram derrubar no Tribunal de Justiça a possibilidade de policiais militares continuarem lavrando o Termo Circunstanciado de Ocorrência? Onde, pelo amor de Deus?
Com a possibilidade de lavratura de TCO a PM atenuaria e muito o problema de falta de efetivo e perda de tempo em registrar ocorrências, além de mostrar à sociedade que a PM também tem força extra-muros, diminuindo a impunidade na prática dos crimes de menor potencial ofensivo.
Onde estavam, também, os coronéis da Polícia Militar quando não ocuparam ou lutaram para ocupar um dos três cargos mais importantes da segurança pública estadual e que já foram ditos aqui quais são? Onde?
Graças ao reajuste que conseguimos nas costas de nossos praças, senhores coronéis, tive a oportunidade de viajar por diversos estados e pude constatar que em todos eles os principais cargos na SSP são ocupados por oficiais da PM. Seriam os oficiais sergipanos menos incompetentes que os nossos co-irmãos, ou somente estariam ocupando o último posto da hierarquia castrense sergipana os coronéis mais fracos do Brasil?
Onde estavam os coronéis da PM sergipana quando a tropa foi às ruas exigir melhores salários e condições de trabalho?
Essa pergunta tem resposta: estavam escondidinhos, com os dedos em figa, torcendo para que o movimento fosse vitorioso e assim abocanharem o reajuste conseguido, vindo depois a punir ou tentar punir os praças para não perderem também os diversos cargos em comissão que são distribuídos na estrutura da corporação para a manutenção do status quo e escravização pecuniária.
Tive a oportunidade de acompanhar durante os últimos anos, em silêncio, o surgimento de vários mártires na corporação e o conseqüente castigo divino dos seus algozes.
O primeiro deles foi o Sargento Ataíde, preso em flagrante por ter ser negado a trabalhar em desvio de função em um presídio no interior do estado. Seu opressor, meses depois, foi vítima de um escândalo de adultério em sua cidade e hoje responde a processo criminal. Seguiu-se a esse fato a prisão do Sargento Vieira por um ex-comandante geral, pelo fato de o sargento estar lutando pela carga horária dos militares sergipanos. Meses depois, este comandante perdeu o comando e praticamente pede pelo amor de Deus para os praças o cumprimentarem nas ruas.
Todos os fatos narrados no parágrafo anterior se deram com praças como vítimas. O que é uma situação medianamente formal numa tropa esculpida num falso moralismo de hierarquia e disciplina. Digo falso moralismo porque o mesmo coronel que trabalha para punir seu subordinado que participa de movimentos políticos, é o mesmo coronel que pediu a um político para ocupar o posto que ora ocupa. O mesmo coronel que pune o soldado que leva o filho à escola com viatura, é o mesmo coronel que faz a mesma coisa e não dá nada, etc, etc e etc.
Voltando ao raciocínio: quando a letra da lei militar é para “torar” o praça, isso é da natureza da instituição e da falsidade de seus comandantes.
Só que agora a situação tomou um rumo diferente. Prenderem um dos oficiais mais honrados desta corporação. O capitão Leandro tornou-se o mártir da falta de efetivo de policiamento ostensivo.
A prisão do Capitão Leandro há poucos dias da realização do Precaju pode vir a se tornar, segundo comentários colhidos, o estopim para mais um movimento paredista histórico e que pode ser reforçado pela oficialidade insatisfeita da Polícia Militar. Só para se ter idéia, há tenentes que se encontram já há mais de dez anos no posto, sem qualquer perspectiva de ascensão profissional. O desestímulo e as cobranças são grandes e a tendência é piorar.
Analisando friamente de fora do problema, o tal do Precaju é a causa principal destas animosidades. A tropa já começou a enxergar que seu emprego naquele evento altamente lucrativo para o empresariado sergipano, donos de firma de segurança e oficiais de alta patente trata-se de uma escravidão disfarçada de escala de serviço paga com uma gratificação de valor bem aquém do que recebe, por exemplo, o “pessoal da civil”.
Senhores, eu também sou um destes insatisfeitos e farei minha parte no período de 17 a 20 de janeiro deste ano em apoio ao meu amigo capitão Leandro.
A solução para os oficiais são as promoções. Basta eles serem promovidos para esquecerem de todos os problemas, esquecerem da prisão do capitão leandro..em fim. Os pracinhas que se virem.
ResponderExcluirCaro Oficial.
ResponderExcluirGostaria de cumprimentá-lo pelo belíssimo texto, porém, faço aqui uma ressalva; quando o Senhor trata do Estado não deve esquecer de iniciar esta palavra com LETRA MAIÚSCULA. A minha intenção aqui não é diminuir o seu texto, pelo contrário, concordo plenamente com tudo que disse. A importância do seu DESABAFO foi tamanha, que já circula por vários veículos de comunicação Estado afora. Portanto, sabendo da importância do seu texto, e desejoso que o mesmo sirva como aliado a luta dos oficiais da Policia Militar sergipana, é que espero estar aqui contribuindo com o mesmo, para que dessa forma o seu DESABAFO, não venha por uma pequena, mas, a meu ver, importante falha, cair em descrédito oficialmente. Ademais, feliz ano novo cheio de muitas realizações, e, a luta continua... Um grande abraço.
O texto é uma descrição real de acontecimentos recentes na história da Polícia Militar do Estado de Sergipe. A dor das praças nunca foi bem entendida pelo oficialato, mas agora, que um dos seus sofre dos efeitos amargos da mesma injustiça, as coisas clarearam. Não há nada desconexo e em tudo há um propósito.
ResponderExcluirEspero que o Capitão Leandro já esteja em liberdade e dê sua versão dos fatos mesmo apenas que pró-forma, pois é sentimento de toda a tropa se tratar de um armação e um ato de perseguição.
Por fim, João Alves, Prefeito de Aracaju, acaba de dar uma tesoura voadora na farra do pré-caju e se mantiver sua posição o circuito da folia será reduzido em cerca de 1 km.
Não vou defender o cap Leandro nem o Cel Jackson. Eles vivem uma realidade diferente, sao militares, sao OBRIGADOS a obedecer uma legislação arcaica que ambos sabem, mas tem que obedecer. Mas um homem decretar a prisão de um colega, parceiro de luta, por "desobediencia", é mais que ridiculo. "coronel, nao me identifico para nao sofrer retaliação, mas olha.......... vai ser FDP lá na PQP". Será que no tete-a-tete, com a ponto 40 na mão, sua "MAGESTADE" teria coragem para fazer iddo?, pense coronel. Não pense em quem é mais MACHO. pense em quem tem mais cultura. todos nós temos um SACO e somos macho. por curiosidade, quem tem mais escolaridade ai? Quem precisa de autoridade são os bandidos que estão mandando em SEU estado, caro chefe
ResponderExcluirPGE dá parecer favorável a vigilantes da Seed
ResponderExcluirVigilantes trabalharão 30h semanais, conforme parecer da PGE
Vigilantes conseguem redução de carga horária para 30 horas (Foto: Arquivo Portal Infonet)
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) deu parecer favorável aos vigilantes das escolas da rede estadual de ensino. A categoria lutava há três anos pela regulamentação da carga horária, que antes eram de 36 horas semanais. Agora os vigilantes trabalharão 30 horas semanais, conforme parecer da PGE.
O parecer (6765/2012) foi expedido no último dia 21 de dezembro de 2012, pela Procuradora-Chefe da Procuradoria Especial da Via Administrativa, Tatiana Passos de Arruda. A decisão favorece aos vigilantes, que agora trabalharão a mesma quantidade de horas, dos funcionários administrativos da escola, ou seja, 30 horas semanais, 6 horas diárias, 5 dias por semana.
Os vigilantes cumpriam carga horária de 180 horas por mês, sem nenhum rendimento a mais. De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais (Sintrase), Valdir Rodrigues, os 1.600 vigilantes de todo o estado, serão tratados da mesma forma como os demais servidores.
“Os vigilantes fizeram um concurso público em 2007 para 180 horas mensais. O Sintrase contestou e conseguiu diminuir para 150 horas e agora conseguimos um parecer da Procuradoria, que manda o Estado se adequar à realidade 30 semanais nas escolas. Nós estamos ainda trabalhando em prol dos salários e plano de careira”, disse Valdir.
SEED
A assessoria de comunicação da Secretaria Estadual da Educação (SEED) informou que a secretaria já foi notificada sobre o parecer da PGE. Segundo a assessoria, o secretário Belivaldo Chagas, já está discutindo com a equipe técnica da secretaria, sobre a operacionalização do novo horário. A assessoria afirma ainda, que até a próxima semana o secretário anunciará a nova escala.
PMSE COM CARA DE PALHAÇO.
ResponderExcluirNo dia 16 do corrente mês aproximadamente às 21:40 para o HPM, o comandante da guarnição o nosso SGT Vieira, que foi deslocada pelo COPOM para verificar o telefone funcional do diretor geral, mais não conseguiram entra em contato com o mesmo e informaram o número do CAP Eudo – Diretor Clínico do HPM, posteriormente, o Cap Eudo entrou em contato com o fiscal de dia do HPM informando que o CEL Sobrinho (Organizador) estaria com todos os Coronéis da PMSE em uma caminhada com o general do exercito, que estaria aqui em Sergipe.
Para a surpresa de todos no dia 17 às 06:00, com uma UTI móvel do HPM, um oficial médico, um enfermeiro, técnico de enfermagem, motorista da UTI, com varias viaturas (6) fazendo o policiamento aquele horário pela orla, todos na expectativa de todos os coronéis da PMSE e o General, chega
General
Cel Sobrinho
Esposa do general e amiga
E um colega do General
Mais dois oficiais da nossa PMSE .
Ainda mais uma moto com um carrinho de som cantando o hino do exercito na maior altura às 06:00h da manhã todo que estavam fazendo sua caminhada olhando aquela palhaçada.
O percurso uma volta no lago da orla (5 minutos) e dispensaram todos para o general não perder o jogo do Coríntias.
Só na nossa PMSE.
Cadê as associações a respeito dos colegas militares que estão no PRESMIL, já viram as instalações de lá, onde esta o diretor do HPM junto com a Junta médica e Diretor de saúde da PMSE, será que só querem ganhar os CCE, sem trabalhar, para encaminhar uma médico, Psicólogo, Psiquiatra a que ponto vamos chegar para tomar uma atitude.
ResponderExcluirOFICIAIS SÃO UM BANDO DE FILHOS DA P...,SÓ PENSAM EM SI,SÓ GANHAM O QUE GANHAM HOJE GRAÇAS AOS NOBRES AMIGOS (PRAÇAS QUE DERAM A CARA A TAPA)E ESTE VEM FALAR DE INSATIFAÇÃO.FAÇA-ME UM FAVOR.
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