Deputados visitaram a unidade e constataram o caos
Macas encostadas denunciam a falta de pacientes
O Hospital da Polícia Militar de Sergipe (HPM) pode fechar as portas em menos de um mês. A notícia foi dada na manhã desta terça-feira, 9, pelo diretor geral da unidade, Lincoln Marcelo Veras aos seis deputados da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa: Gilson Andrade (PTC), Angélica Guimarães (PSC), Pastor Antônio dos Santos (PSC), capitão Samuel Barreto (PSD), Maria Mendonça e Venâncio Fonseca (PP).
Após a reunião, os parlamentares fizeram uma inspeção pelas dependência do HPM, cuja Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), está fechada desde o último dia 15 de março. Eles constataram que o hospital possui uma boa estrutura para atender não apenas militares e servidores do Ipesaúde, mas os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente no que se refere à realização de cirurgias.
“O hospital está precisando de recursos e priorizar o atendimento aos pacientes do SUS par servir de suporte ao Huse. Plenamente poderia servir à questão da ortopedia, um dos gargalos do Huse. O hospital é viável, a estrutura física é boa, tem equipamentos, quem possa gerenciar, mas faltam recursos e faltam por incrível que pareça, pacientes. Temos apenas 20% da capacidade instalada porque hoje o HPM atende exclusivamente ao pessoal do Ipesaúde e a maioria deles vem para o Pronto-socorro e têm o direito de optar onde ficam internados, nos hospitais particulares”, ressalta a presidente da Assembleia Legislativa, Angélica Nascimento.
Ela completou ser “necessário que o Governo do Estado envie mais recursos. É preciso redimensionar a questão dos leitos. Temos aqui leitos vazios, apenas 20% da capacidade instalada”.
O presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, deputado Gilson Andrade, destacou a importância de uma reunião urgente com o governador Marcelo Déda (PT).
“Nós vamos urgentemente agendar uma reunião com o governador do Estado, para que as medidas possam ser tomadas para impedir o fechamento do hospital. A UTI já está fechada e acredito que se não houver uma questão política por parte do Governo do Estado, o hospital vai realmente fechar as portas em poucos dias”, teme.
Gilson Andrade lembrou que o hospital está funcionando com um débito muito grande e uma estrutura adequada para prestar um atendimento de qualidade. “A população não está sendo assistida, tem três salas de cirurgia e não se faz uma sequer. Tem 60 leitos e apenas quatro são ocupados diariamente. Um hospital com uma estrutura dessas e não está atendendo a comunidade militar e nem civil. Vários pacientes nas filas aguardando por meses uma cirurgia, e um hospital com uma estrutura dessas e não está atendendo, principalmente quando a população clama por internamento. Sem investimento, sem dinheiro, sem aporte financeiro, como a UTI e o hospital vão funcionar”, enaltece.
Exaustão
O diretor do HPM, coronel Lincoln Marcelo fez questão de deixar claro já ter chegado a uma situação de exaustão.
“O Hospital da Polícia nesse momento passa por uma decisão de Governo. Os meios administrativos já foram exauridos. Eu acho que o Estado de Sergipe e o país inteiro necessita de uma política de saúde mais efetiva, não tenho dúvida disso”, diz.
Indagado pela reportagem do Portal Infonet sobre uma liminar concedida pela Juíza Sebna Simião da Rocha, da 18ª Vara Civel [que após Ação Civil Pública do Ministério Público Estadual] determinou que os seis leitos da UTI do HPM sejam reativados até o próximo daí 12 de maio, coronel Lincoln foi enfático:
“A questão desse prazo que se estabeleceu no MPE está indefinido. Eu não fui notificado. O texto da liminar, a decisão judicial ela não obriga o diretor do HPM, nem o comandante geral e secretário de segurança a abrir a UTI”.
E sobre a contratação de novos profissionais até 12 de abril, sob pena de pagar uma multa diária e R$ 5 mil no caso do não cumprimento da decisão, o diretor do HPM afirmou que os servidores são da administração direta.“Com isso, não posso não posso contratar, eu só posso concursar. Somente poderia fazer uma contratação emergencial que estaria acompanhada de um edital de concurso público já estabelecido, aí eu teria dois anos pra fazer o edital do concurso”, destaca.
Ele informou ainda que o custo para a manutenção do hospital é de R$ 260 mil, sem contar com cerca de R$ 300 mil de insumos. “Não tem mais como segurar, já fui ao Tribunal de Contas, à Procuradoria. Espero que o Governo do Estado se sensibilize e que tome medidas urgentes para não permitir que o hospital funcione só por mais alguns dias”, finaliza.
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Fonte: Infonet (Aldaci de Souza)
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