domingo, 12 de maio de 2013

CASOS DE FAMÍLIA.


O bom exemplo vem de casa. Ninguém pode cobrar de outros o que não adota como regra no convívio com a família. Desvios de condutas de filhos e parentes não podem ser tratados diferente da forma que se adotaria em caso de acontecer com os não familiares e até desconhecidos. Talvez seja utópico admitir a severidade com uma pessoa de casa, em caso da pratica de algum tipo de erro, delito, crime etc...

Nesse caso o sangue fala mais alto. Esse lance de punir familiar provavelmente só se encontre nos folhetins exibidos por emissoras de TV. Na vida real, quando o sentimento dói no peito, a proteção vem acima da punição. Mas isso é em casos de família. Em relação a terceiros ou quando uma decisão tem que ser tomada em favor da sociedade, o tratamento deve ser no mínimo real e dentro da lei.

No início da semana passada a imprensa noticiou um assalto a uma agência do Banco do Brasil na cidade de Pacatuba. Os bandidos teriam feito um tour pela cidade, acenando para a população, como se zombassem da insegurança. A informação para a ausência da Polícia para intimidar e prender os marginais, foi de que o delegado usava a viatura para ir à cidade de Penedo (AL), onde reside.

Também circulou nos jornais a informação de que os dois únicos soldados que dão segurança ao município ficaram sabendo do assalto no momento que ele acontecia, mas não puderam fazer nada: estavam sem carro. Pode-se imaginar até que tenha sido melhor para os militares. As armas que os bandidos exibiram eram mais possantes do que as deles.

Depois da informação o silêncio. A Secretaria da Segurança Pública não tem falado de alguma providência que tenha tomado em relação a um fato grave, que aconteceu em uma cidade do interior – como o assalto a banco –, que não pode ser repelido por policiais em razão da ausência de uma viatura, que servia ao delegado fora do município.

Vocês já imaginaram a gravidade disso?

Não há qualquer acusação da omissão da Secretaria de Segurança, mas a ausência de informação, a desatenção com o público leva à suspeita de que, mais uma vez, o corporativismo abafou o fato. Assim como nas famílias, em que se passa a mão na cabeça do filho avesso. 

A satisfação à sociedade de atos que atentem contra a Segurança, a dignidade, os direitos individuais deve ser dada sem sentimento de submissão. É obrigado que às instituições estaduais ou federais prestem contas dos seus atos, armadas ou não. A autoridade não está acima do poder do povo e seria muito bom que a Segurança se explicasse. Por quê não?

É provável que esteja havendo alguma apuração, mas a falta de informação leva o cidadão a dar margens a exageros em seus pensamentos, na dimensão que bem entender sobre o episódio de Pacatuba. Até inverdades provocadas pelo silêncio.

Em tempo que se cobra tanta transparência, não é possível acalentar segredos como se fosse resolver o problema de uma sociedade que há anos luta para ter um país que coloque todas as suas falhas, corrupções, crimes de colarinho branco, crimes eleitorais e tantos outros, às escâncaras.

A sociedade também começa a cobrar exemplos de quem atua em defesa da dignidade e dos direitos, evocando sempre o nome da lei.

Quem combate o crime, não deve ser bandido [não é o caso do delegado] e, caso o pratique deve ter pena mais severa daqueles que não ganham do Estado para combatê-lo. Assim como os membros do judiciário – desembargadores, juizes – e do Ministério Público devem dar o exemplo maior de que vivem ao rigor da lei. Qualquer deslize, que a punição seja exemplar.

Dessa forma, seria no mínimo transparente que os órgãos de Segurança começassem a dar satisfação a sociedade sobre um ou outro deslize que se comete dentros da instituição. O silêncio depõe contra...


E O DELEGADO?

Ninguém sabe informar em que deu o caso do delegado de Pacatuba ao usar a viatura para viajar a Penedo, onde mora, no momento de um assalto a banco na cidade.

Será que a Segurança passa a mão na cabeça dessa gente?

Fonte:  Plenário/Faxaju (Diógenes Brayner)

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