Na sessão desta terça-feira (18), o deputado Gilson Andrade (PTC) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para tratar de dois assuntos que têm lhe trazido preocupação: a segurança pública e a situação do atendimento à saúde, em especial a carência de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no Estado. Para ele, embora diferentes, os dois temas estão interligados.
Sobre a segurança, o deputado lembrou que na semana passada a Casa realizou uma audiência na Comissão de Segurança Pública, com a participação da cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP), onde foram discutidas as ações e o foco da SSP em Sergipe. Segundo ele, pelos números apresentados, no ano passado foram presas mais de 3 mil pessoas que cometeram delitos. Para ele, isso mostra que a polícia está ativa, mas ainda há um déficit de profissionais na Polícia Militar.
O deputado disse que há uma carência em torno de 2 mil policiais, mas o governo do Estado sinaliza com a possibilidade de concurso para apenas 600 vagas. “Seria necessário mais que três concursos para atingir a necessidade que existe hoje na Polícia Militar de nosso Estado”, declarou, acrescentando que na audiência também foi dito que em torno de 350 policiais se aposentam a cada ano.
Gilson Andrade observou que se o concurso fosse feito ainda este mês, o que, claro, não vai ser possível, os candidatos aprovados estariam servindo à população sergipana apenas no início do segundo semestre de 2014. “A esta altura do campeonato, certamente a quantidade de aprovados seria apenas para suprir esses profissionais que irão se aposentar a partir de então”, ressaltou.
Dessa forma, para o parlamentar, esse concurso não vai em nada resolver a questão do déficit de policias militares que há em Sergipe. “Digo isso porque a proposta do governo é realizar concurso para apenas 600 vagas. Deveria ser, no mínimo, para 1.500 a 2 mil vagas, para que a população sergipana pudesse dormir com mais tranquilidade, sentir no seu dia a dia um pouco mais de segurança”, destacou Gilson Andrade.
Em seu discurso, o deputado Gilson Andrade disse que na noite da última segunda-feira, no bairro Luzia, em Aracaju, um cidadão, ao adentrar na porta de seu condomínio foi abordado por marginais, tentou reagir e foi alvejado, isso por volta das 22 horas, num bairro bem iluminado e movimentado. No domingo no final da tarde, disse ele, na cidade de Estância, durante uma tradicional cavalgada que aconteceu, alguns policiais prestavam segurança às autoridades e ao redor da festa a população estava totalmente insegura.
“E fruto dessa insegurança um homem, de 31 anos, pai de três filhos, saiu do local central da festa, foi abordado por marginais, tentou reagir e tomou tiro no abdome e agora está em coma no Hospital João Alves Filho. Esta é a segurança que os sergipanos têm recebido no momento por parte deste governo”, afirmou. O deputado disse que embora haja o déficit de policiais e o foco seja prender os bandidos que matam e que traficam drogas, também é necessário que a polícia encontre mecanismos para que ofereça um pouco mais de segurança para que as pessoas possam ir e vir com mais tranquilidade.
Saúde deficitária
Com relação às deficiências no atendimento à saúde, o deputado Gilson Andrade disse que o homem que foi baleado em Estância foi encaminhado para o João Alves, em Aracaju, no início da noite de domingo, foi operado e está em estado grave de saúde, mas até a segunda-feira à noite continuava no centro cirúrgico do hospital aguardando uma vaga para que fosse ser transferido para a UTI e a família desesperada, sem saber o que fazer, procurou o parlamentar.
“Eu entrei em contato com o Hospital João Alves filho, não na condição de deputado, mas me identifiquei como médico que sou e a enfermeira chefe me disse que lá tem não apenas aquele paciente, mas outros três no corredor do centro cirúrgico operados, em estado grave, aguardando uma vaga na UTI”, disse, ressaltando a situação difícil que passam os profissionais de saúde tendo que atender pacientes tão graves em situação tão precária oferecida para isso. Gilson Andrade acrescentou que, infelizmente, o problema de falta de UTI não atinge apenas o setor público, mas também os hospitais particulares.
Para ele, a situação é muito grave. Ele observou que o governo do Estado está construindo hospitais regionais com leitos de UTI, a exemplo do de Estância, inaugurad em 2011, e sequer sinalizou com a possibilidade de colocá-la em funcionamento. Ele lembrou que a UTI do Hospital da Polícia Militar também está fechada há algum tempo. Enquanto isso, os sergipanos estão necessitando tanto desses leitos para que possam ter a possibilidade de viver.
O deputado fez um apelo ao governo do Estado, para que possa pelo menos não construir mais unidades hospitalares, mas que possa colocar para funcionar os leitos de UTI que já estão construídos e eles fiquem à disposição dos que estão precisando deles.
Fonte: Alese
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