Cerca de 1.500 manifestantes, entre policiais militares e bombeiros, junto com mulheres e filhos, fizeram uma passeata, no início da noite de ontem, pela aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 300 que estabelece um piso nacional único para a categoria tendo como base o salário dos policiais militares de Brasília.
A caminhada dos militares começou às 18h, na escadinha do cais do porto, na Boulevard Castilhos França, acompanhada por carros da própria PM e da Autarquia da Mobilidade Urbana.
O soldado J. Almeidas, diretor da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e dos Bombeiros, esclareceu que os policias militares, que são proibidos de fazer greve, estavam somente fazendo uma “caminhada pacífica” pela aprovação da PEC 300 que, segundo ele, “ficou engavetada no governo da presidente Dilma”. A PEC já foi aprovada pela Câmara, mas emperrou no Senado.
Segundo o presidente da associação, cabo PM Francisco Xavier, o salário base de um soldado do Distrito Federal é de R$ 4.500, enquanto um policial militar do Pará ganha um salário base de R$ 1.800. “O policial militar hoje vive de empréstimo porque o salário não dá para sobreviver. Ele sai de casa para trabalhar sem deixar a comida para a família”.
Segundo policiais militares e bombeiros que não quiseram se identificar as condições de trabalho também são precárias. Faltariam armas, coletes à prova de bala e até camas nos alojamentos. Eles também denunciaram a morte de 19 policiais desde o início do ano, com o assassinato de mais um policial, anteontem, em Altamira.
Portando cartazes e faixas e fazendo um apitaço, os manifestantes subiram a Presidente Vargas e avenidas Nazaré e Magalhães Barata até a 14 de Abril. A ideia inicial da associação era seguir direto até São Brás, mas eles optaram por um desvio para pegar a Gentil Bittencourt, seguindo até a José Bonifácio, onde o protesto, que reuniu até oficias, foi encerrado.
A assessoria da PM informou que a manifestação “foi pacífica e não teve caráter institucional”. O protesto foi dirigido ao governo federal sem maiores consequências para a instituição.
Fonte: Diário do Pará
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