Venho por meio dessa nota, prestar alguns esclarecimentos sobre a deficiência no policiamento do Estado de Sergipe. Escrevo não como representante da PM pois isso cabe ao comandante geral, mas sim como vice-presidente da AMESE (Associação dos Militares do Estado de Sergipe) haja visto que estou incomodado com algumas declarações nas redes sociais que relatam que estamos ganhando bem e não queremos trabalhar.
Ocorre que de uma previsão já defasada de 7.144 PMs, hoje nós temos pouco mais de 4.0000, digo defasada porque essa previsão fora feita quando o Estado de Sergipe tinha 1,5 mi de habitantes, hoje já ultrapassamos a marca de 2 milhões de habitantes.
Nos dias de hoje necessitaríamos entre 8 e 10 mil PM's para realizar um serviço de excelência, no entanto, estamos fazendo o que podemos na nossa atual realidade de efetivo para proporcionar alguma segurança pública para o povo sergipano. Um fator complicador é que também falta policiais na polícia civil, o que complica ainda mais nossa situação, pois temos que completar o efetivo das delegacias no interior do Estado, fato esse que nos tira das ruas e nos impede de fazer o policiamento ostensivo.
Informo a população que tanto o Secretário de Segurança Pública, quanto o Comandante Geral da PM estão fazendo o que podem com o efetivo que tem à disposição.
Na Verdade faltou planejamento ou dinheiro não sei precisar, para a realização de concursos públicos ao longo dos anos para recompôr o efetivo das duas policias, na PM o último concurso aconteceu em 2005, de lá para cá perdemos cerca de 3.000 PM's, e a população aumentou em mais de 1/3, não dá para fazer mágica.
Estou escrevendo sobre isso porque não suporto mais ouvir críticas onde as pessoas nos apontam como principais culpados pela falta segurança no Estado, repito não estou falando em nome da Polícia Militar do Estado de Sergipe, falo por mim e por um grupo de associados que também estão carregando nas costas o fardo da segurança pública e o fardo da culpa da insegurança pública.
Temos diariamente policiais militares afastados das atividades devido a vários tipos de enfermidades que vão desde de uma dor lombar ( uso excessivo de coletes balísticos, armamento, perseguição à marginais, idade, etc... ) até afastamentos por problema psicológicos, ( stress, fobia, síndrome do pânico, depressão, etc... ). Tudo isso contribui para diminuir ainda mais o número de policiais nas ruas, e o pior é que a PM não tem nenhum programa para prevenção dessas doenças, vou mais além, dessa vez com o risco de ser punido, na PM não há a característica de acolhimento e tratamento de policiais doentes, pelo contrário, é mais fácil buscarem punição para aqueles que apresentam tais distúrbios, claro que temos exceções.
Portanto encerro minha nota dizendo ao povo sergipano que estamos fazendo tudo que é possível com o temos, não culpem o Secretário de Segurança Pública, não culpem o Comandante Geral da PM e muito menos culpem a nós, oficiais e praças da Polícia Militar, nós também somos vítimas e nossas famílias também estão nas ruas expostos a violência, grande abraço à todos.
Edgard Menezes Silva Filho- 1º sgt PM
Vice-Presidente da AMESE
Compactuo das suas palavras sgt edgard.Como sempre pertinentes no seus comentarios.e como falei lá no grupo da pmse perfeita explanação e cada vez mais admiro seu modo de agir e pensar
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