Em muitos estados da federação, ainda ocorre dos policiais militares terem suas escalas de serviço “apertadas” e ainda trabalharem em condições não adequadas em eventos esportivos e outras modalidades de eventos especiais (shows, festas de rua etc). Isto porque as polícias se veem encurraladas entre a necessidade de manutenção do serviço ordinário (o patrulhamento das ruas) e a dedicação a esse tipo de segurança – que em certas circunstâncias, como a Copa do Mundo, é feita por seguranças particulares.
O Comando da Brigada Militar do Rio Grande do Sul resolveu dar um “basta” na relação mantida pelos organizadores dos eventos desportivos e o policiamento: ou os times pagam pela segurança oferecida, ou a polícia não atuará mais no interior dos estádios:
A segurança dos jogos de futebol no Rio Grande do Sul como se conhece está ameaçada. Preocupada com os gastos e considerando as partidas como eventos particulares, a Brigada Militar – em conjunto com a Secretaria de Segurança do Estado, quer empregar uma nova realidade. Onde os agentes públicos não estejam no interior dos estádios. Ou então passar a exigir o pagamento de despesas aos clubes para seguir executando o policiamento.O tema gerou debate entre clubes, órgãos de segurança e a Federação Gaúcha de Futebol. E sem um acordo, é possível que o caso venha a ser definido apenas na Justiça.BM não quer mais ‘desviar seu foco’A discussão do assunto nasceu após a manifestação da Brigada Militar, que usou a Copa do Mundo como exemplo. O argumento da instituição é que no maior torneio de futebol do planeta a segurança é privada. Assim, o policiamento em outros campeonatos também tem que ficar por conta dos organizadores.“O futebol é um evento privado, tem ingresso e receita da TV para os clubes. Embora exista compreensão diferente. Apresentamos uma proposta de retirada do efetivo destes locais. Mas diante da primeira proposta, os clubes falaram que não era possível, pela nossa experiência, não teria como os estádios ficarem sem policiamento. Nós, então, apresentamos uma alternativa. Uma segunda proposta. Com custeio pelos promotores do evento”, afirmou o cel. Fábio Duarte Fernandes, comandante-geral da Brigada Militar, ao UOL Esporte.De acordo com levantamento feito pela BM, em 2012 a corporação gastou aproximadamente R$ 8 milhões com o policiamento em jogos no Rio Grande do Sul. E é este o número inicial apresentado na chamada ‘segunda proposta’ aos clubes. Este é o valor estimado para um possível custeio do serviço de segurança.
O que acham da medida? Se os recursos oferecidos pela organização dos jogos for destinado à aplicação do policiamento – inclusive pagamento de horas extras aos policiais – parece ser razoável. Admirável a postura não tradicional do Comando da BMRS.
Fonte: Abordagem Policial (Danilo Ferreira)
Nenhum comentário:
Postar um comentário