sexta-feira, 22 de novembro de 2013

MATO GROSSO: PMs SE MOBILIZAM POR MELHOR SALÁRIO.

Cresce o movimento dos praças da Polícia Militar  contra os baixos vencimentos da categoria em MT; coronéis tem um dos salários  mais altos do país .

Um movimento de  protesto contra os baixos salários se fortalece a cada dia nas redes sociais  entre soldados e cabos da Polícia Militar de Mato Grosso.

Iniciado logo depois da divulgação do 7ª Anuário Brasileiro  de Segurança Pública, há duas semanas, que aponta o provento dos praças da PM  local como o 23º salário do país, se expandiu para centenas de perfis no  Facebook de militares, em muitos deles com mensagem em defesa da  greve.

Ao contrário dos salários dos  soldados e cabos, os coronéis mato-grossenses, que aqui ganham R$ 17,5 mil,  aparecem no topo da pesquisa, como destaque na remuneração das polícias do país.  De acordo com o documento, só é menor que o do Paraná, onde um coronel ganha R$  21,5 mil.

Em Mato Grosso, o salário  inicial do soldado é de R$ 2,1 mil, superior apenas ao dos PMs de Mato Grosso do  Sul, Amazonas, Piauí e Rio Grande do Sul. Já o cabo, no final da carreira, com  mais de 25 anos de serviço, ou seja, perto da aposentadoria, ganha R$ 3,7 mil  (bruto).

Como a greve é proibida entre  os PMs e manifestações podem resultar em punições administrativas, muitos  policiais usam pseudônimos ou, quando declaram, pedem para omitir a identidade.  É o caso do cabo que escreveu em seu perfil: “Juntos, somos um grande tubarão,  mas precisamos unificar os pensamentos porque as necessidades são as  mesmas”.

Outro desabafou dizendo: “a  nossa guerra é contra o descaso com a nossa categoria, é contra a desvalorização  profissional. Temos que lutar pelas conquistas e valorização da classe, pelo  reconhecimento”.

O tenente-coronel Paulo  Serbija, diretor de marketing da Polícia Militar, disse que antes de novembro de  2014 não há previsão de reajuste salarial. Serbija explicou que está em vigor a  lei complementar 433/2011, que trata da progressão dos rendimentos dos  policiais, aprovada após negociações das associações que representam as diversas  patentes da PM com o governo do Estado. “O governo está cumprindo o que ficou  acordado”, completou.

O presidente da  Associação de Cabos e Soldados, cabo Adão Martins da Silva, diz que realmente  está em curso um movimento que expressa o descontentamento da tropa. E com  razão, observa. Internamente, informa ele, a entidade está discutindo essa  questão, mas ainda não elaborou nenhuma reivindicação para apresentar ao governo  do Estado. Adão observa que, conforme a lei complementar 433, o salário dos  praças é vinculado ao do subtenente que, por conseqüência, tem como base a renda  do coronel.

Um subtenente, o mais alto  posto dos praças, ganha atualmente 32% do salário do coronel, ou seja, pouco  mais de R$ 5,3 mil, enquanto o demais praças (sargento, cabo e soldado) têm seus  salários escalonados com percentuais que variam de 40% a 90% do  subtenente.

Em novembro de 2014, o  provento do subtenente deve corresponder a 36% do coronel, o que significa que  os salários dos soldados e cabos também terão uma pequena elevação. A luta, diz  o cabo Adão, é para fazer com que o salário do subtenente chegue a 50% do  coronel, como era até 2002, antes da substituição do escalonamento pelo  subsídio.

Fonte:  Jornal Diário de Cuiabá

Nenhum comentário:

Postar um comentário