Nas fotos, chama a atenção o uniforme, com brasão, insignias e posturas similares às nossas polícias militares…
Ora, se existe esta semelhança, a que se refere a recomendação da ONU (neste caso, da Dinamarca) no sentido de “extinguir” as polícias militares brasileiras?
Provavelmente, não é à estética militar que a ONU se refere, nem de aspectos como a deferência a símbolos patrióticos ou a outros elementos que consolidam um status tradicional nas polícias. Provavelmente, a crítica é direcionada ao vínculo legal existente entre as polícias e o Exército Brasileiro, instituição que possui missões específicas, bem diferentes daquelas ligadas à segurança pública.
A defesa da ONU visa mais extinguir aspectos que levam as polícias brasileiras (e aqui se deve incluir as polícias civis) a abrigar práticas de extermínio e mau trato aos cidadãos, não obstante o discurso oficial de cidadania e comunitarismo. Também visa eliminar o contexto interno de injustiças institucionais, que fazem com que pequenos desvios sejam tratados como grandes crimes e estes sejam vistos como necessários e interessantes à sociedade ou às corporações.
É assim que se deve interpretar a recomendação da ONU: como quem defende polícias que não prendam seus policiais por falhas administrativas, mas que sejam rigorosas com a prática de crimes contra a pessoa humana. Polícias mais eficientes, profissionalizadas, humanas, respeitosas e respeitadas. Eis o que é acabar com as polícias militares (sejam elas civis ou militares) brasileiras.
Fonte: Abordagem Policial
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