Embora tenha conversado quase que cotidianamente com meu amigo Poliglota sobre diversos assuntos, tornando-se quase que um hábito, tem momentos que precisamos desabafar de uma outra forma e uma das que mais aprecio é a escrita.
Dizem que ano novo é sinônimo de vida nova, esperança renovada e expectativas aumentadas. Como sou um otimista por natureza sempre tenho a tiracolo tais palavras como incentivo. Porém, elas nos obrigam também a ficarmos mais atentos para que o grau de otimismo não se transforme numa grande frustração. E para que isso não ocorra é necessário que se tenha a cabeça no lugar e esteja preparado para as adversidades ou mesmo decepções que possam advir. A isso chamamos precaução.
Bem, filosofias a parte, voltemos à nossa realidade.
Completa-se neste ano três longos anos de uma luta incessante das categorias de policiais e bombeiros militares do DF pelo cumprimento daquilo que lhes foi prometido. Um cheque preenchido e assinado com 13 (treze) promessas foi lhes dado durante a campanha eleitoral pela cúpula que hoje se encontra no poder e endossado nas urnas, à época, por nós policiais e bombeiros. Porém, o saque até hoje não foi efetivado pela insuficiência de fundos desse cheque e transformado no maior calote eleitoral jamais visto na história política de Brasília.
Ao longo desse período as categorias sempre buscaram o diálogo através de seus representantes (Associações e Lideranças) que nas raras vezes em que foram recebidos e ouvidos pelo governo os resultados quase sempre se demonstraram infrutíferos. Apenas mais promessas e um tremendo desdém para com as categorias.
Diante disso não restou outra solução às categorias de policiais e bombeiros militares do que fazerem uso dos únicos direitos que lhes restaram esculpidos na Carta Magna (se bem que lá também são consideradas sub classes), que é o direito de se manifestar em praça pública e fazer somente aquilo que a lei determina (Operação Legalidade/Tartaruga).
E tal postura, por incrível que pareça, foi duramente criticada por muitos intelectuais que se diziam representantes dentro da própria caserna, em um nítido discurso de conveniência onde se colar, colou, pois aquele (GDF) que realmente poderia contra argumentar se fez de surdo e mudo durante boa parte dessa jornada.
Mas, como dizem que contra fatos não existem argumentos, hoje já está mais que evidente para toda a sociedade e também para a imprensa local e, quiçá nacional, que os policiais e bombeiros militares estão sim em Operação Tartaruga (cumprindo somente o que a lei determina). E é claro que no momento em que uma polícia como a nossa, competente, dedicada e anti-corrupta, considerada uma das melhores polícias do país deixa de fazer aquilo que não é de sua competência a tendência é que se cause um colapso em relação a prestação que deixou de ser feita, pois os verdadeiros responsáveis não estavam preparados para reassumirem suas missões, seja por incompetência ou por comodismo adquirido por intermédio daquela mão de obra barata disponível, ou seja, NÓS.
Isso só confirma algo que já era um consenso interno de que sempre fomos o faz tudo dentro da estrutura da segurança pública do DF e também administrativa, mas com um simples detalhe que sempre passou desapercebido, sem receber a devida valorização nem ao menos por aquilo que era de nossa verdadeira competência.
Sem querer desmerecer as demais categorias, pois também são essenciais no tripé que compõe a segurança pública, está mais que evidente diante do quadro atual qual é aquela de maior relevância para a sociedade. Porém, mesmo diante dessa constatação patrocinada pelos inúmero eventos danosos que vêm ocorrendo, divulgado amplamente pelos meios de comunicação que ainda são comprometidos com a verdade e a ética, a sociedade ainda não percebeu ou se faz de desapercebida de quem é a verdadeira responsabilidade, seja pelos acontecimentos, seja pela omissão.
Quero deixar um questionamento à sociedade para reflexão: O que é mais importante? Evitar que uma vida se perca ou correr atrás daquele que a tirou e aplicar uma multa de trânsito?
Portanto, a solução está aí, bastando apenas que a sociedade saia de sua omissão e passe a cobrar de quem de direito (GDF) e não apenas adotar a postura covarde de acusar aqueles que arriscam suas vidas diuturnamente em sua defesa.
Então, que a nossa luta continue, pois a nossa vitória poderá tornar a sociedade mais segura, mais humana, mais politizada e mais organizada.
ST EUSVAN (INDIGNADO)
Fonte: Tenente Poliglota
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