sexta-feira, 23 de maio de 2014

OPINIÃO: E A FARDA? MAL VESTIU JÁ SAIU?


Deplorável, lamentável, mas infelizmente real.

Deparar-me com a informação de que 81 policiais militares se desligaram da instituição para freqüentar um curso de formação na PCDF, e que 63 soldados de 2ª classe, recém formados semana passada, seguiram a mesma trajetória, me remete a seguinte questão: A que ponto chegamos?

Porém antes de pensar nos reflexos desse êxodo, filosofo sobre a sabedoria Cristã, que me fez entender que existe um Deus muito bom que nos dá oportunidade de plantar o que quisermos...

Mas esse mesmo Deus é justo e permite que após a escolha do plantio, colhamos somente o que plantamos. E qual é a correlação dessa parábola com a PMDF? SERIA A EVASÃO, A COLHEITA DA SEMEADURA QUE OS GESTORES,GOVERNANTES E REPRESENTANTES NO LEGISLATIVO PROMOVERAM DURANTE DÉCADAS? Reparem: Pela manutenção dessa soberba cultural que permeia os corredores dos comandos dessa Corporação e que visa somente a fomentar manutenção de um egocentrismo classista, esses administradores que nunca conseguiram discernir o interesse público do privado segregaram todos aqueles que tentaram se levantar contra esse SISTEMA cada vez mais decadente e que privilegia somente uma parcela mínima da instituição. Prisões, punições, processos administrativos e toda sorte de obstáculos foram lançadas sobre os ombros daqueles que levantaram a bandeira de uma PMDF mais justa, mais igualitária e mais valorizada em seu contexto geral.

E qual foi o resultado disso? Creiam-me: Se outrora havia policiais inteligentes, porém frustrados, que achavam que conseguiriam mudar a instituição com suas atitudes, hoje vemos policiais que não querem mais se frustrar e viraram as costas para a falência dessa instituição, pois sendo sábios, perceberam que podem mudar a si mesmos.

O resultado disso é que hoje na PMDF é cada vez mais crescente o quantitativo de homens e mulheres que se cansaram de servir a uma Corporação que infantiliza seus servidores tolhendo direitos mínimos (como o direito a livre expressão de pensamento) e buscam outras carreiras, pois enjoaram de marchar como soldados de cabeça de papel e já perceberam que uma mente não-pensante se traduz, por conseqüência, em um corpo não-atuante.

Mas e a solução para isso? Avalio que ou muda-se essa cultura de achar que as Praças são cavalos (“Tropa”) que tracionam uma carroça chamada SEGURANÇA PÚBLICA ou esse sistema arcaico está fadado ao caos, pois infelizmente não adianta maquiar publicando propagandas ou fazendo discursos floreados dizendo que possuímos veículos modernos, aeronaves caríssimas e equipamentos de ponta, se o aparato mais importante dessa Instituição (o material humano) está jogado às traças sem qualquer tipo de investimento e valorização há anos.

Sinceramente, não há como exigir um serviço policial de 1º mundo tratando o policial militar de uma forma que beira a escravidão. Enquanto houver essas agruras internas, não vislumbro, infelizmente, outra solução que não seja a evasão, e a mim, resta somente desejar felicidades aos colegas que optaram por trilhar novas carreiras.

Quanto a mim, esse velho soldado, hoje na reserva remunerada lutando contra um Conselho de Justificação instaurado sob a ótica política, sem nenhuma justificativa plausível e com nítido propósito de calar a minha voz que somente desejou trazer informação e esclarecimento aos nossos policiais e bombeiros, resta apenas orar para que essa sangria algum dia seja estancada definitivamente, seja através da PEC 51, qualquer outra Lei ou da consciência humana.

O que nos importa como divisores entre o bem e o mal de uma sociedade exigente, é poder viver com respeito interno para que possamos melhor servir e dignidade para podermos oferecer às nossas famílias uma vida confortável em troca do preço que pagamos diariamente por arriscarmos nossas vidas em prol de quem sequer conhecemos.

Portanto, desnecessário se faz alertar ao último que vier a sair que apague a luz, pois percebemos que em nossa instituição já estamos vivendo na penumbra das trevas há tempos.

O pior cego é aquele que não quer enxergar!

Fonte:  Blog Tenente Poliglota

Nota do blog:  Essa opinião vale para não só para o Distrito Federal, mas também para todo o Brasil.

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