quarta-feira, 25 de junho de 2014

POR REAJUSTE, PMs DE SÃO PAULO MARCAM PROTESTO PARA O DIA 04.

As 17 associações que representam soldados, cabos e oficiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo marcaram para a próxima quarta-feira (4), uma manifestação na frente do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista localizada no Morumbi, zona sul da capital. O protesto será contra a proposta de reajuste salarial de 0% apresentada às categorias, segundo informou na tarde desta terça-feira (27), a Associação de Cabos de São Paulo.

O protesto deve reunir apenas oficiais da reserva e familiares dos militares, uma vez que eles não podem participar de manifestações. Policiais de outros Estados, como Pernambuco e Bahia, chegaram a cruzar os braços neste ano durante negociações trabalhistas. Porta-voz da Coordenação das Entidades Representativas da Polícia Militar, o coronel da reserva Sérgio Payão afirma, no entanto, esperar que a manifestação seja "suficiente para sensibilizar o governo" sobre as necessidades de reajuste da categoria.

— A tropa está revoltada e o movimento pode se transformar em uma greve. Acontece que a categoria não quer fazer greve. Na Bahia, em uma semana de greve, morreram 59 pessoas. É o número de mortes em São Paulo durante três dias. Queimaram 12 ônibus. Aqui, seriam 30. O efeito de uma greve é tão prejudicial que a própria polícia poderia ter dificuldade em colocar ordem na casa.

O coronel afirma que os policiais querem 13% de reajuste.

— Daria um aumento de R$ 450 aos solados. O impacto seria de 1,04% no Orçamento do Estado. São Paulo já tem um dos salários mais baixos do Brasil. O soldado recebe R$ 2.608. Mesmo com o adicional de insalubridade, dá R$ 3.100, aproximadamente. O salário em Sergipe é de R$ 3.700. Em Minas, R$ 4.700. No Distrito Federal, de R$ 5.200. Sem contar que em Brasília há um PM para cada 180 habitantes, enquanto aqui há um para cada 507. Uma carga de trabalho três vezes maior.

Segundo Payão, os policiais estudam a possibilidade de iniciar uma operação padrão caso as discussões não avancem. Significa que viaturas sem condições - como as que tem pneus carecas ou rodam em seguro obrigatório em dia - deixariam de ser usadas.

— Já tivemos oito reuniões para tratar do aumento. Quando chegamos a um índice, que foi levado para o governador, Geraldo Alckmin disse não. O Estado vai dizer que, nos últimos três anos, tivemos aumento de 36,94%, acima da inflação. Mas o aumento real é muito baixo.

Em resposta ao Estado, a Secretaria de Segurança Pública usou o índice citado por Payão. Por nota, a pasta afirma que, "Na atual gestão foram concedidos três aumentos salariais, o que representa um reajuste acumulado de 36,59%, quase o dobro da inflação do período, que foi de 19,38%, de acordo com o IPCA".

A nota não cita possibilidade de retorno às negociações com os policiais. As entidades representantes dos PMs afirmam que, no dia 4, devem trazer ônibus com representantes do interior do Estado. A secretaria afirma ainda que "que não é verdade que será 0% de reajuste. As negociações estão em andamento". Mas, questionada especificamente sobre a agenda das supostas negociações (e o dia da próxima reunião com as entidades), a assessoria de imprensa do órgão disse não ter informações sobre a data.

Fonte:  R7/Estadão

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