É sabido por todos que o tráfico e o consumo de drogas trazem malefícios imensuráveis a vida das pessoas. Muitas são as famílias que passam por momentos difíceis quando descobrem que em seu seio existem consumidores que foram arrastados para o mundo paralelo das drogas. O tráfico e o consumo de drogas são problemas afetos à segurança pública e a saúde pública, serviços de péssima qualidade em nosso país.
A imagem acima reflete a preocupação da sociedade civil organizada em minimizar o contato dos menores com o feitiço das drogas. O consumo de drogas ilícitas banalizou-se em nossa sociedade, e ele existe devido à ineficiência de um modelo de segurança pública.
A oferta de drogas em nosso país é farta. Deixamos de ser um corredor de escoamento da produção dos países vizinhos e nos tornamos o segundo maior consumidor de cocaína do mundo. Estima-se que exista mais de cinco milhões de usuários de “crack” em nosso país. Essas pessoas não são assistidas por nosso serviço de saúde pública e vivem perambulando como zumbis pelas ruas.
Nosso modelo de segurança pública faliu, precisa ser reinventado, tanto a nível estadual/distrital como a nível federal. As polícias brasileiras são dirigidas por coronéis e delegados há décadas e o resultado está aí, o Brasil se transformou em um dos países mais violentos do mundo. São mais de cinquenta mil homicídios por ano. A maioria dessas mortes é fomentada pelo tráfico e consumo de drogas.
Nossa fronteira terrestre é gigantesca e encontra-se abandonada. A Polícia Federal, responsável pelo policiamento das fronteiras, portos e aeroportos, passa por uma crise sem precedentes e precisa ser reestruturada com urgência, mas é visível o desinteresse do poder público em resolver esta situação.
No Brasil muito se registra e pouco se investiga. As polícias judiciárias são cartorárias e burocráticas. Todas as ações são centralizadas na mão dos delegados, que são verdadeiramente um filtro governamental e pessoal entre a informação e o Ministério Público.
Nos países mais desenvolvidos temos várias agências investigando e não falta trabalho para todas elas. Fica a pergunta - por que temos no Brasil a centralização da investigação apenas nas mãos das polícias? Não conseguimos elucidar nem 5% dos registros e continuamos com esse modelo, estamos paralisados, e porque nada é feito?
Nas melhores polícias do mundo existe um plano de carreira. O policial/investigador vai evoluindo na carreira conforme os índices de avaliação de seu perfil profissional. Trata-se de uma carreira baseada na meritocracia. A liderança é um dos atributos mais importantes dentro da construção do perfil do policial. Aqui no Brasil temos concurso para chefe! O recém-formado pode não ser vocacionado, não possuir perfil para chefia, e muito menos para líder, mas vai chefiar, isso é fato.
No que diz respeito ao policiamento ostensivo atualmente ele está restrito ao patrulhamento veicular com abordagens aleatórias. Não existe um policiamento comunitário de fato. Precisamos de um policiamento comunitário mais próximo dos cidadãos. O contato diário com moradores e comerciantes é fundamental para obtenção de informações e orientação em como proceder nas mais diversas situações. Polícia se faz conversando com a população e não dentro de viaturas e gabinetes com ar-condicionado.
Muitos crimes podem ser evitados com orientações à população. Crimes como os de roubo, furto, estelionato e estupro acontecem, na maioria das vezes, por distração/falta de atenção das vítimas.
Em nosso país a polícia ostensiva pouco se comunica com a judiciária. Em alguns estados chega a existir rivalidade velada entre elas. Os policiamentos ostensivos e descaracterizados devem se comunicar e buscar diariamente a troca de informações de inteligência. Isso é fundamental para o sucesso nas operações. Reuniões mensais com as comunidades de inteligências são de grande valia para a troca de informações.
Se esse modelo for mantido, ou seja, se nossos congressistas e o chefe do poder executivo não tiverem a iniciativa de buscar uma solução para a segurança pública em breve a barbárie estará instalada em nosso país. Não adianta investir mais em um modelo falido, isso seria jogar dinheiro no lixo. Segurança pública eficiente carece de investimentos tanto na área humana, estrutural e material.
O primeiro e mais difícil passo a ser dado para construção de um novo modelo de segurança pública será a destruição de “feudos” existentes dentro do atual sistema. A resistência e pressão por parte dos atuais dirigentes será enorme. Funções comissionadas, viaturas, combustível e “poder” vão falar alto nesta briga. Enquanto nada de relevante acontece o contribuinte continua pagando caro por serviços de péssima qualidade!
Fonte: Blog do Sombra (Internauta Colaborador)
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