Polícia Federal incinera mais de R$ 1,5 milhão em drogas apreendidas em Alagoas. Foto: Olival Santos/ Agência Alagoas
Muito está se falando sobre a recente pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública com a opinião dos policiais brasileiros sobre vários temas, mas ainda não vi comentários sobre um dado importante, que reflete bem como a atual política de drogas está na mão errada: segundo a pesquisa, 86,6% dos policiais brasileiros entendem que há uma “Ênfase desproporcional das políticas de segurança na repressão ao tráfico de drogas”. Número expressivo e digno de análise.
Isso não indica qualquer tipo de “benevolência” ou “conivência” com a atividade do tráfico de drogas – como querem afirmar os confusos defensores da atual política. Na verdade, os números dizem o que se constata com pouco esforço: os policiais brasileiros estão “enxugando gelo” em relação ao objetivo de evitar a comercialização e consumo de drogas. É nítido que a extensão econômica do tráfico, que conta com centenas de milhares de clientes em todo o país, inviabiliza qualquer poder dissuasório da atividade (inclusive o bélico).
Mesmo entre os policiais que se abstém de opinar sobre políticas alternativas ao atual modelo é quase consensual que o que temos não está funcionando, trazendo danos principalmente aos policiais que estão com os coturnos na rua e/ou à parcela da população economicamente menos favorecida.
Essa discussão diz menos respeito ao hedonismo de quem quer ter o prazer de usar qualquer tipo de droga (embora entenda que esse seja um direito legítimo a se reivindicar, já que é permitido o uso de álcool e tabaco) e mais sobre a morte em série das classes inferiores da sociedade, policiais incluídos. Ao que parece, há larga janela para discutir o tema com os policiais brasileiros.
Fonte: Abordagem Policial
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