Os quatro policiais militares que estavam presos acusados da morte do jovem Fabiano de Oliveira Braga, de 17 anos, foram soltos. O rapaz morreu durante uma abordagem feita pelos PMs no dia 23 de fevereiro deste ano, na esquina das ruas Maria José e Conde de Linhares, em Oswaldo Cruz, na Zona Norte do Rio. A juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria de Justiça Militar, determinou a revogação da prisão dos soldados depois que o laudo complementar da necropsia mostrou que a causa da morte do rapaz foi intoxicação por cocaína.
De acordo com o documento, foi encontrada alta concentração da droga na urina de Fabiano. Segundo o laudo assinado pelo perito legista Sergio Simonsen, a cocaína teria sido ingerida entre seis e 14 horas antes da morte. No último dia 11, o promotor Décio Alonso, opinou que os militares deveriam aguardar o final do processo em liberdade. Ele alega que, mesmo não restando dúvida da conduta criminosa dos PMs, o resultado do laudo mostra a possibilidade de infração menos grave, "que não insejaria a prisão em caso de condenação".
Três dias depois, a juíza concordou com o Ministério Público e determinou a soltura dos soldados Leonardo Alves da Silva, de 25 anos; Phellipe da Sá Laranjeira Azevedo, de 23; Carlos Henrique Conceição da Silva, de 26; e Hugo Leonardo Silva de Carvalho, de 29. De acordo com a Polícia Militar, os quatro estão lotados na mesma unidade onde estavam antes da morte - o 9º BPM (Rocha Miranda) - mas atuam agora administrativamente.
A mãe de Fabiano Braga, a recepcionista Renata de Oliveira, de 43 anos, disse que está surpresa com o resultado do laudo:
- Meu filho não gostava de bebida nem de drogas. Estou em choque com essa informação - emociou-se.
O crime
Segundo testemunhas, Fabiano levou uma coronhada de fuzil além de tapas, depois de ser parado pelos militares, por volta de 3h15m. Ele estava na garupa de um amigo em uma moto, saindo de uma festa e indo para casa. Na delegacia, o rapaz contou que os PMs não estavam com a sirene ligada nem os pediram para parar.
- Eles fecharam a gente e desceram do carro. Não pediram documento nem perguntaram nada. Um pegou uma faca e rasgou o pneu da moto. Eles já foram dando com o fuzil na cabeça dele e nas minhas costas. Ele caiu e começou a passar mal. Morreu nos meus braços - disse ao EXTRA o cabeleireiro Carlos Vitalino Cardoso, de 22 anos.
No registro de ocorrência, feito na 29ª DP (Madureira), os soldados que estavam em patrulhamento na Domingos Lopes quando viram os rapazes, sem capacete. Eles disseram ter ligado a sirene e ordenado aos jovens para parar, mas eles não teriam obedecido. Começou, então, uma perseguição. Eles afirmaram que a dupla só parou depois que um pneu da moto furou. E garantiram que Fabiano caiu durante a revista feita depois que ele desceu da moto. Nesse momento, ele estaria em pé, com as mãos apoiadas numa mesa de sinuca de um bar fechado.
Fonte: Extra (Paolla Serra)
Nenhum comentário:
Postar um comentário