Ele é o subtenente Misso. Nome de guerra: SubMisso. O personagem, criado pelo subtenente Ricardo Garcia, foi a forma encontrada pelo PM, reformado há um ano, de mostrar o dia a dia dos policiais militares e ser “a voz dos companheiros”.
- É um jeito descontraído de chamar a atenção para problemas sérios de desvalorização profissional. Durante 33 anos servi à instituição e sei que quem está lá só tem o direito de ser submisso, de ser boneco - diz.
Se o boneco SubMisso é a voz dos PMs, o “YouTube” é a boca. Lá, Garcia hospedou no próprio canal (Subtenente Ricardo Garcia) o primeiro vídeo, que aborda o processo de pacificação de comunidades, entre outros assuntos, sob o título “TPM virtual”. SubMisso deve ganhar um canal próprio na sexta-feira, com a chegada do segundo episódio.
O destaque serão os gastos com a importação de cães que, segundo Garcia, chega a custar R$ 30 mil cada.
- Há um problema sério no trabalho do policial, que passa por toda a sociedade e pela instituição. O PM não está sendo valorizado por ninguém. Isso precisa ser pensado - ressalta.
Garcia diz não ter medo de perseguição. E afirma que tem feito mais amigos do que inimigos. O apoio chega na forma de e-mails, com relatos de policiais. As histórias serão contadas ao longo dos programas (o endereço para participações é garcia-domingos@ig.com.br ). O trabalho é feito à noite, em um estúdio improvisado em casa, no Fonseca. Nele, câmeras amadoras ocupam gruas feitas à mão. O cenário foi construído por Garcia.
- Eu estou fazendo tudo, desde o roteiro até a edição final. Também não tenho como pagar uma equipe, já que minha aposentadoria é de R$ 1.200, depois de 33 anos servindo a PM. Mas me orgulho de não ter me corrompido, tento passar isso para quem está lá - explica. O item mais caro é o astro SubMisso, que foi comprado por um vizinho de Garcia nos Estados Unidos. Já o boneco do “contrarregra” e “sonoplasta” foi mais barato.
Uma carreira marcada por polêmicas
A carreira militar de Garcia, encerrada no 12º BPM (Niterói), onde ficou por uma década, foi marcada pela polêmicas. Em 1999, ele se tornou o primeiro policial da ativa a escrever um livro: “O direito de não ter direito” rendeu, segundo o autor, 15 transferências de batalhões em um ano, de Campo Grande a Niterói. Depois, gravou o rap “Pancadão do PM”. A Polícia Militar informou que não vai se pronunciar sobre o novo boneco e nem a respeito das denúncias feitas por Garcia.
Fonte: Blog SOS Policiais Militares
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