quarta-feira, 24 de setembro de 2014

MINISTÉRIO PÚBLICO QUER INVESTIGAR EVOLUÇÃO PATRIMONIAL DO COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO RIO DE JANEIRO.


O Ministério Público do Rio (MP-RJ) vai pedir que a Corregedoria Geral Unificada investigue a evolução patrimonial do coronel José Luís Castro Menezes, comandante-geral da Polícia Militar. A solicitação vem depois da divulgação do depoimento de um dos policiais presos pela operação Amigos SA, que obteve um acordo de delação premiada e foi solto após revelar que o Estado Maior da corporação recebia R$ 15 mil mensais de cada batalhão do estado.

No depoimento prestado ao MP, o PM afirmou que o repasse de dinheiro foi citado em mais de uma ocasião, de maneira reservada, pelos majores Nilton João dos Prazeres Neto e Edson Alexandre Pinto de Góes, presos na mesma operação. Na ocasião, 24 policiais, sendo seis oficiais — todos lotados no 14º BPM (Bangu) no período investigado —, foram capturados sob a acusação de cobrar propina de moradores e comerciantes no bairro da Zona Oeste.

Em nota, a Polícia Militar afirmou que, de acordo com o documento exibido pela Rede Globo, a suposta propina foi paga ao Estado-Maior no período em que o coronel Alexandre Fontenelle, acusado de ser o número 1 da quadrilha, comandou o 41ºBPM (Irajá) — ou seja, de setembro de 2010 a outubro de 2011. “Portanto, tal período não se refere à atual gestão do comando-geral da corporação”, ressaltou o texto, acrescentando que o coronel Luís Castro “reiterou sua indignação com as acusações e afirma que mantém a disposição de sempre apurar qualquer denúncia com o máximo rigor”.

As prisões do último dia 15 foram feitas pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Entre os acusados, estava o coronel Fontenelle, que comandou o batalhão de Bangu na época das investigações e estava então no Comando de Operações Especiais, terceiro posto mais alto na hierarquia da Polícia Militar.

À exceção do PM beneficiado pela delação premiada, os outros policiais acusados de envolvimento no esquema encontram-se presos no BEP, a unidade prisional da corporação. Segundo informações que constam no processo, até para entregar uma geladeira na casa de um cliente a empresa transportadora tinha que pagar propina ao batalhão de Bangu.

Todos os denunciados vão responder por formação de quadrilha armada. Já cada propina paga será investigada pela Auditoria de Justiça Militar. Segundo a denúncia, os valores variavam entre R$ 10 — cobrados dos camelôs no calçadão de Bangu — até R$ 2.000 no caso de cooperativas de transporte, que pagavam para que os PMs fizessem vista grossa para irregularidades.

Na casa do major Edson Alexandre, último policial da quadrilha se integrar, havia R$ 287 mil em espécie e joias. No endereço, também foi encontrada a contabilidade do dinheiro movimentado.

Fonte:  Jornal Extra

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