Os policiais militares que participaram em São Paulo da operação conhecida como Castelinho, ocorrida em março de 2002 e que resultou na morte de 12 pessoas, foram absolvidos pelo juiz Hélio Villaça Furukawa, da 2ª Vara Criminal de Itu. Na última terça-feira, o juiz julgou improcendente a ação penal que acusava os policiais por homicídio, mas a decisão só foi divulgada nesta sexta-feira.
As mortes ocorreram numa praça de pedágio da Rodovia Castelo Branco em março de 2002. Segundo a denúncia, os policiais do Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância (Gradi) se infiltraram na facção que age nos presídios paulistas e convidaram os criminosos para participar do roubo de um avião que pousaria em Sorocaba com R$ 28 milhões. De acordo com a acusação, era um plano para executar os criminosos. No dia marcado, foi montada uma operação policial na altura do pedágio. Houve intensa troca de tiros e todos os criminosos morreram.
Para o juiz, as provas não são suficientes para indicar que a operação foi planejada pelos réus e que não há elementos para levá-los a julgamento perante o Tribunal do Júri. Para ele, "a enérgica reação foi necessária em razão da quantidade de criminosos envolvidos e do grande armamento transportado" e a conduta deles correspondeu ao que se espera de profissionais diligentes e zelosos. Ainda cabe recurso da decisão.
A ação causou pânico entre usuários da rodovia. A legitimidade da ação foi questionada e o principal argumento de especialistas na época foi que, como a polícia sabia da intenção dos criminosos, que foram a Sorocaba em seis veículos, entre eles um ônibus, com armas pesadas e coletes à prova de balas, poderia ter agido antes.
A Secretaria de Segurança Pública defendeu a operação de guerra e afirmou que ela foi eficiente. O então secretário Saulo de Castro Abreu Filho afirmou que "se (o bandido) atira para matar, recebe tiro para morrer". Abreu Filho é hoje secretário da Casa Civil do governo de São Paulo.
Fonte: O Globo (Cleide Carvalho)
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