domingo, 9 de novembro de 2014

PMs QUE MATARAM 12 NA OPERAÇÃO CASTELINHO SÃO ABSOLVIDOS EM SÃO PAULO.

Os policiais militares que participaram em São Paulo da operação conhecida como Castelinho, ocorrida em março de 2002 e que resultou na morte de 12 pessoas, foram absolvidos pelo juiz Hélio Villaça Furukawa, da 2ª Vara Criminal de Itu. Na última terça-feira, o juiz julgou improcendente a ação penal que acusava os policiais por homicídio, mas a decisão só foi divulgada nesta sexta-feira.

As mortes ocorreram numa praça de pedágio da Rodovia Castelo Branco em março de 2002. Segundo a denúncia, os policiais do Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância (Gradi) se infiltraram na facção que age nos presídios paulistas e convidaram os criminosos para participar do roubo de um avião que pousaria em Sorocaba com R$ 28 milhões. De acordo com a acusação, era um plano para executar os criminosos. No dia marcado, foi montada uma operação policial na altura do pedágio. Houve intensa troca de tiros e todos os criminosos morreram.

Para o juiz, as provas não são suficientes para indicar que a operação foi planejada pelos réus e que não há elementos para levá-los a julgamento perante o Tribunal do Júri. Para ele, "a enérgica reação foi necessária em razão da quantidade de criminosos envolvidos e do grande armamento transportado" e a conduta deles correspondeu ao que se espera de profissionais diligentes e zelosos. Ainda cabe recurso da decisão.

A ação causou pânico entre usuários da rodovia. A legitimidade da ação foi questionada e o principal argumento de especialistas na época foi que, como a polícia sabia da intenção dos criminosos, que foram a Sorocaba em seis veículos, entre eles um ônibus, com armas pesadas e coletes à prova de balas, poderia ter agido antes.

A Secretaria de Segurança Pública defendeu a operação de guerra e afirmou que ela foi eficiente. O então secretário Saulo de Castro Abreu Filho afirmou que "se (o bandido) atira para matar, recebe tiro para morrer". Abreu Filho é hoje secretário da Casa Civil do governo de São Paulo.

Fonte:  O Globo (Cleide Carvalho)

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