quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

A DESCREDIBILIZAÇÃO DAS POLÍCIAS PELA REDE GLOBO.


Até ontem eu tinha uma admiração pelo jornalista e apresentador do programa “Profissão Repórter”, da Rede Globo, Caco Barcelos.

Após essa reportagem tendenciosa, descabida e com cunho meramente revanchista, passa esse cidadão a ser uma “persona non grata” no meu conceito e, tenho certeza absoluta, no seio de todas as policias militares do Brasil.

No momento em que o crime organizado assola o país, enfrenta as forças de segurança, assassina policiais indistintamente, eis que a Rede Globo resolve promover uma verdadeira carnificina midiática, sensacionalista e hipócrita contra aqueles que estão aí para proteger a vida da sociedade. Se o bandido enfrenta o policial ele não está afrontando o homem, mas o Estado. Portanto, os resultados de suas ações serão proporcionais.

Talvez a equipe de Caco Barcelos não tenha feito uma pesquisa antecipada sobre o número de policiais mortos em 2014. Só no Rio de Janeiro foram 114. Em São Paulo num período de menos de 17 horas 4 policiais foram assassinados, isso sem falar no restante do Brasil que tem uma estatística de um policial assassinado a cada 32 horas.

Nesse instante centenas de familiares de policiais assassinados por bandidos choram a perda e não houve sequer sensibilidade para que fossem respeitadas essas famílias. Qual a intenção das Organizações GLOBO de Jornalismo, quando no exato momento que familiares sofrem, choram, velam e enterram dezenas de corpos de seus filhos, esposos e pais, trabalhadores da Segurança Pública, exibe um documentário tendencioso em rede nacional, desqualificando toda categoria policial do país?

Nós, policiais de todas as instituições de segurança desse país, assistimos cotidianamente às mortes de diversos de nossos irmãos policiais, os quais subjugados e torturados, são assassinados covardemente, sem chances de reação, deixando uma lacuna imensa no seio familiar, (filhos órfãos, esposas viúvas, mães e pais desamparados), mas também um enorme sentimento de revolta entre seus amigos e colegas policiais, ante o flagrante descaso estatal para com esses policiais vitimados, abatidos em razão tão somente da  profissão que abraçaram em vida, e o descaso para com todos os demais "Policiais do Brasil". Perdoem-me se cometo alguma injustiça, mas até hoje não vi por parte do Sindicato dos Jornalistas, federações nacionais ou dos ilustríssimos membros do Ministério Público ou da Magistratura, qualquer empenho ou mesmo mera nota de pesar quando da morte de nossos irmãos. Isso sem falar das famosas Comissões de Direitos Humanos...mas de bandidos!

Acho que chegou o momento do amadurecimento, do brio, da vergonha na cara de toda classe policial brasileira. Precisamos mostrar nossa indignação com as armas que temos, nossa boca. Polícias de diversos estados, como Recife, Manaus e Paraná já estão fazendo sua parte. Silencie-se! Se querem informações que procurem os departamentos de comunicação social das instituições, afinal, lá tem gente muito bem preparada para isso e que ganham muito bem, se é que me entenderam!!!

Segue abaixo uma Nota de Repúdio do Marcos do Val Membro, Instrutor da SWAT e fundador do CATI treinamento policial ltda. Doutor Honoris Causa, pela faculdade da Florida nos EUA, antes da reportagem:

((( NOTA DE REPÚDIO! )))

Gostaria de, hoje, fazer uso desta minha ferramenta de comunicação, que atinge – direta e indiretamente- mais de 50 milhões de pessoas, para falar sobre a reportagem que vai ao ar no programa Profissão Repórter, da TV Globo.

Haverá consequências para a Segurança Pública de nosso País decorrentes da veiculação de reportagens que exponham apenas a violência policial.

Vou explicar!

Em todas as profissões, e em qualquer parte do mundo – não é uma exclusividade brasileira-, existem os bons e maus profissionais. Este tipo de matéria fomenta a oposição da sociedade em relação à toda ação policial e leva ao desrespeito generalizado pela profissão. As consequências disso são inúmeras, como, por exemplo, a descredibilização da policia perante os jovens e adolescente, que deixam de tê-la como exemplo, se opondo à sua autoridade e famílias que fazem oposição ao ingresso de seus membros na instituição, aumentando sensivelmente o número de crimes.

Não venho, por meio desta publicação, defender a violência policial, nem compactuar com os maus policiais. Assim também têm se posicionado os bons profissionais da Segurança Pública, os quais preconizam a punição – tanto pelas corregedorias, como também pela justiça - dos que ferem a honra da profissão. É preciso separar o joio do trigo!

Por que não levar os aspectos supracitados em consideração na confecção da reportagem e, além de mencionar a violência e os aspectos negativos - pois esta denúncia também possibilita a mudança -, evidenciar também o lado positivo? Ou então, me pergunto: será que estão preparando um programa inteiro que só mostre ações heroicas da polícia e as dificuldades de ser policial no Brasil?

Nos EUA e imprensa gera muito mais matérias positivas do que negativas. Sendo rara a sua ocorrência, quando há, a repercussão é mundial, como pudemos testemunhar recentemente, no caso do policial branco que matou o menino negro.

Se divulgamos SÓ o caos, mais o caos se estabelece. A sociedade precisa gostar de consumir matérias televisivas que também mostrem o lado positivo e heroico da polícia. Pensem sobre isso!

Portanto, em nome da grande maioria de policiais, que nos dão orgulho, fica aqui o meu desabafo e a preocupação com as conseqüências advindas desta reportagem.

Marcos do Val – Via facebook

Fonte:  Blog Tenente Poliglota

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