domingo, 22 de fevereiro de 2015

MENDONÇA, SAMUEL E ASSOCIAÇÕES DA PM LAMENTAM MORTE E FAZEM CRÍTICAS.

A morte do sargento PM André Nascimento foi lamentada pelo secretário da Segurança Pública, Mendonça Prado, que fez nesta sexta-feira várias críticas à legislação penal brasileira, ao governo federal e aos sistemas legislativo, judiciário e carcerário do Brasil, atribuindo-lhes a culpa pelo crescimento da violência em Sergipe e no país. Em nota divulgada ontem, Mendonça considerou que o policial "sacrificou a vida cumprindo bravamente o seu oficio".

"O bravo guerreiro que tanto fez em defesa da sociedade, morreu em combate, tentando impedir mais uma ação de assaltantes que fragilizam a paz social com atos delituosos", escreveu o secretário,ao prestar suas condolências à família e aos PMs. Na mesma nota, ele destacou que os policiais se esforçam diariamente para tentar conter o avanço do crime, apesar das outras causas da violência.E, em um tom mais leve, reafirmou as opiniões que deu na sexta, quando chegou a dizer que a polícia está "enxugando gelo" com a prisão de criminosos reincidentes.

"Lastimavelmente, a violência que assola o país em razão das mais diversas causas, principalmente, a fragilidade das leis que estão em vigor, fazem com que fatos dessa natureza ocorram trazendo consternação a todos.É preciso, portanto, enaltecer o trabalho desenvolvido pelos dignos policiais brasileiros, cuja tarefa primordial é proteger a vida dos demais cidadãos. Como tenho dito em diversas ocasiões, a origem de tanta selvageria não está na área de segurança, mas, em problemáticas distintas que merecem a atenção dos mais variados setores do Estado e da própria sociedade", disse Prado.

E os direitos humanos? - Outras notas de pesar foram divulgadas em apoio ao sargento assassinado, cobrando justiça aos autores do crime e coerência às entidades de defesa dos direitos humanos. O deputado estadual Capitão Samuel (PSL), líder da oposição na Assembleia Legislativa, demonstrou "repúdio e indignação" com a morte do sargento, que "deixa sua família transpassada pela dor e a família militar está paralisada, por conhecer sua missão, e inconformada pela banalização que tem sido dada à vida". Para Samuel, falta uma cobrança mais incisiva da sociedade brasileira para que as autoridades melhorem a segurança pública.

O deputado também questiona o comportamento dos ativistas e até da presidente Dilma Rousseff quanto às mortes de policiais. "Esperamos que as entidades de defesa dos direitos humanos e a OAB/SE, possam cobrar uma apuração rigorosa deste bárbaro assassinato, pois não vemos a mesma firmeza quando um policial é morto defendendo a sociedade, mesmo de folga, como foi o caso do Sargento André Nascimento.Vemos a Presidente da República, Dilma Rousseff, ficar indignada e criar entraves diplomáticos pela morte de um traficante na Indonésia, mas não vemos a mesma indignação da Presidente para com as inúmeras mortes de policiais que se sucedem em nosso país. Uma vergonha", dispara Samuel.

Já o sargento Jorge Vieira, presidente da Associação dos Militares do Estado de Sergipe (Amese), considerou que a morte de André Nascimento "denota o quanto nosso país está inseguro, já que até os policiais militares têm sido assassinados de forma cruel e desumana". Ele também questiona a falta de apoio das entidades de direitos humanos aos profissionais de segurança pública quando estes são vítimas da violência. "Infelizmente, nossa categoria não recebe o apoio necessário por parte destas entidades, que só vêm os direitos humanos para os marginais e esquecem do policial morto e seus familiares, deixando os militares desamparados", disse Vieira.

Fonte:  Jornal do Dia (Gabriel Damásio)

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