terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

POLICIAIS MORTOS: SERÁ QUE VÃO MUDAR AS LEIS QUANDO COMEÇAREM A MATAR OS POLÍTICOS?

Final de semana de mais e mais ataques aos policiais do Brasil. Um tenente de Minas sofreu atentado, sendo o autor preso logo em seguida. Na madrugada de sábado um promotor de justiça foi alvejado por vários tiros, na cidade de Monte Carmelo - MG, e pai e filho também foram presos. No Rio foram quatro policiais baleados e quatro assassinados. (Clique e leia no Jornal Extra). Infelizmente esses fatos não são isolados; ao contrário fazem parte da rotina. E fazer parte da rotina significa aceitar as matanças, a caçada aos trabalhadores da segurança, da justiça, enfim, dos poderes constituídos, como sendo algo "normal", quando nunca poderia receber tal aceitação.

A lógica do Estados é meramente capitalista, e matar um policial em alguns casos tem menos importância do que apurar um acidente de viatura. Comparem o tempo de apuração entre um acidente de viatura e a morte de um policial; imaginando que ambos ocorreram no mesmo dia?! Repor um policial morto é o mesmo de comprar uma viatura nova para substituir aquela usada? Não, decididamente o policial morto "dá prejuízo", pensão, seguro, dependentes...ao passo que comprar uma viatura superfaturada dá lucro em alguns casos. Pagar pela manutenção mais cara das peças, é mais vantajoso, e em parte tem o apoio velado da imprensa como no caso do secretário de segurança do Estado do Rio José Mariano Beltrame, que foi denunciado pelo Ministério Público daquela cidade, por improbidade administrativa, justamente por ter, em tese, assinado contratos onde o valor da manutenção das viaturas é superior ao valor das mesmas. (Clique aqui e leia a notícia no R7)

A resposta é óbvia: será que os governantes estão realmente preocupados com a vida de seus cidadãos? Se eles não conseguem proteger seus funcionários, quem acreditaria que eles poderiam proteger a sociedade civil honesta? Então como falar em Direitos Humanos? Policial de serviço é um ser jurídico desprovido de humanidade? Em que monstro jurídico ele se transforma?

Paralelamente o capitalismo vive como um parasitário e sobrevive das desgraças ao vender seguros, planos funerários, serviços privados de segurança etc. Enquanto não mudarmos as leis, reformarmos o Código Penal, de Processo Penal, reformar o ECA - Estatuto da Criança e Adolescente; enquanto não se diminuir as benesses para os presos em detrimento do cidadão de bem que trabalha e paga uma das maiores cargas tributárias do mundo; enquanto a sociedade não se sentir ameaçada pelas mortes dos policiais antevendo que amanhã poderá ser ele, o cidadão ou a próxima vítima de bala perdida ou encontrada; estaremos fadados às cenas de horror, num filme que parece não ter fim.  Policial morto vale menos que uma viatura amassada? Será que só mudarão as leis quando começarem a matar os políticos?

(obs: abaixo, arte extraída do jornal Extra, edição de 23/02/15, cujo o balanço, repito, feito apenas em relação ao Rio de Janeiro)


Fonte:  Blog do Anastácio

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