Quatro mulheres que evitaram abordagens de militar tiveram notas de desempenho rebaixadas
Quatro policiais denunciam ter sofrido assédio sexual de um tenente no 46º Batalhão de Polícia Militar em Patrocínio, no Alto Paranaíba. A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa debate o caso em audiência pública nesta quarta-feira (25).
O requerimento, apresentado pelo deputado Cabo Júlio (PMDB), aponta que as quatro soldados foram alvo de abordagens indevidas, inclusive pela internet, e se recusaram a manter relações com o militar, que era o comandante direto do grupo. O marido de uma delas chegou a se passar pela mulher no Facebook para ter acesso às provas, segundo o deputado.
— As propostas eram explícitas, chamando para sair, para ter relações sexuais. Uma delas, incomodada, reclamou com o marido, que chegou a entrar no Facebook dela para ler os diálogos.
O suspeito tem a patente de 2º tenente e é responsável por fazer a avaliação de desempenho das subordinadas, que antes do caso tinham avaliações positivas. Depois de recusarem o assédio, elas tiveram as notas rebaixadas.
— Como não caíram nos "encantos", elas tiveram as notas de desempenho rebaixadas e sofreram perseguição interna, com reclamações sobre as atividades. Um outro tenente também foi denunciado por assédio, mas conseguiu escapar porque não havia provas, a abordagem dele era somente verbal.
Os casos foram denunciados entre 2013 e 2014, e o tenente suspeito foi transferido para Patos de Minas, que faz parte do mesmo batalhão, e não foi alvo de processo criminal. Com a transferência, segundo a denúncia, amigos do oficial continuaram a perseguir as quatro soldados.
A assessoria do tenente-coronel Danny Eduardo Stochiero Soares, atual comandante do 46ºBPM, informou à reportagem que ele assumiu o cargo em 11 de fevereiro de 2015, e que por isso não poderia se manifestar sobre o caso.
Fonte: R7
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