quarta-feira, 22 de abril de 2015

CIOSP RECEBE MAIS DE 185 MIL TROTES.


Desde o começo de 2009, a comunidade da Grande Aracaju – a capital e Socorro, São Cristóvão e Barra – dispõe de um serviço muito importante no combate à violência e a outros dramas urbanos. Trata-se do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública do Estado de Sergipe (Ciosp), que auxilia as pessoas em situação de risco 24 horas por dia, com um pelotão de 200 servidores ao pé do telefone 190 gerando uma série de ações.

A importância do Ciosp vem diretamente do número de pessoas que lhe acessam todos os dias: o ano passado encerrou-se com 1.583.483 chamadas. Delas, são geradas as demandas para as Polícias Militar e Civil – com esta atendendo ainda a polícia Criminalística e o Instituto Médico Legal – e para o Corpo de Bombeiros.

Pela ação do Ciosp, são supridos de informações instantâneas ainda os três Batalhões Militares da Grande Aracaju, o Batalhão de Choque, o COE, o helicóptero da SSP, o Batalhão de Cavalaria e a Radiopatrulha. Tudo para atender pessoas em perigo – confusão por perturbação de sossego, som alto, é a enorme maioria dos casos.

Ações perversas

Mas nem mesmo com toda essa importância, o serviço do Ciosp consegue ficar livre de brincadeiras perversas, ou, mais precisamente, de trotes. Incomodado com esta situação e preocupado em colaborar com a sociedade para colocar um fim às práticas dos “troteiros”, o deputado estadual Luciano Pimentel e sua assessoria foram ver de perto esta realidade e se espantaram.

Daquelas 1,58 milhão de chamadas do ano passado, o deputado detectou que nada menos do que 185 mil vieram em forma de trotes. Luciano Pimentel ouviu todas as explicações dos gestores do Ciosp – o diretor e o vice-diretor, coronel José Pereira de Andrade e o major Elias Linhares Lima, respectivamente -, que lhe alertaram de que isso é extremamente danoso para a sociedade e para as organizações de segurança pública.

 O coronel Andrade e o major Linhares até ressaltaram que o número de trotes tem apresentado queda de 2010 para cá. Mas no ano passado, essa prática ainda contaminou 11,6% de todas as ligações. Nos três primeiros meses deste ano, os “troteiros” já aprontaram das suas 41.382 vezes – foram 14.892 mil em janeiro (8,9% do total do mês), 12.119 em fevereiro (7,6%) e 14.371 em março (8,3%). A soma de atendimento do Cisop nos três primeiros meses de 2015 é de 495.790 pessoas aflitas.

Trote zero

Mas o parlamentar e os gestores Ciosp sonham com um dia em que a consciência das pessoas evolua para zero por cento de trotes. Para eles, o vandalismo dos “troteiros” gera uma ramificação incalculável de danos para a sociedade, os cidadãos e o governo.

De posse de todos os dados colhidos no Cisop, o deputado Luciano Pimentel fará na manhã de hoje um pronunciamento na Alese. O tom dele será de reconhecimento do papel do Ciosp, de denúncia da ação dos vândalos e de apelo para que parem com esta estranha tradição.

 “Este meu pronunciamento terá dois objetivos. Um deles é o de reconhecer a importância do Ciosp na vida das pessoas. Na prestação de um serviço que todos necessitamos, que é o de viver melhor e em paz. E a parte mais importante representa um alerta e ao, mesmo tempo, um pedido: o de que parte significativa da sociedade não compreende a importância e o significado do Ciosp e, assim, age com intuito malévolo e doloso de lhe atrapalhar”, diz o parlamentar.

Vidas em risco

Luciano Pimentel adverte que quando agentes da SSP vão atrás de uma ação falsa, movidos por um trote, perde-se tempo e dinheiro. “Mais do que isso: uma outra saída, que poderia estar atendendo a uma ocorrência real, pode ficar na pendência. Sem solução. E isso, fatalmente, pode suprimir vidas. Como se vê, a legião de troteiros atrapalha o Estado e atrapalha o cidadão. Qualquer ação de polícia, qualquer saída a campo, tem custo alto”, diz o parlamentar.

O deputado considera como “positivas” as informações do coronel Andrade e do major Linhares, que apontam “uma tendência de queda” na ação dos “troteiros”. No começo, só um único sujeito, com transtornos mentais, segundo o major Linhares, passou mais de dois mil trotes num ano. “Mas essa queda é muito pouco. É preciso acabar com isso. É preciso banir o trote de uma vez”, diz Pimentel.

“Eu chamo aqui à consciência cada cidadão que está por trás de um telefone e que liga para comunicar uma falsa ocorrência. Não faça isso. Pense no bem-estar de todos – e trote não traz bem-estar. De repente, na outra ponta desta história, pode estar um parente seu necessitando de um socorro que não chegará jamais, porque homens da SSP estarão indo atrás do que não existe”, adverte o deputado.

Fonte:  Jornal da Cidade

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