domingo, 28 de junho de 2015

DEZ ÔNIBUS DEPREDADOS E TRÊS RODOVIÁRIOS AGREDIDOS.


No início da manhã desta sexta-feira (26), por volta das 5h, foi de horror para motoristas, cobradores e passageiros do transporte coletivo da capital sergipana. Isso porque dez ônibus foram depredados e três colaboradores do sistema agredidos fisicamente. As ações ocorreram nas imediações do Mercado Central e do Terminal Maracaju.

Nos veículos, houve a quebra de janelas, portas, vidros traseiros e dianteiros, danificação de balaustres, além de danos irreversíveis às câmeras de segurança. Já entre os trabalhadores, há um caso de mais gravidade. Um dos cobradores vítima da violência ainda se encontra hospitalizado no Hospital Gabriel Soares, segundo informações do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Aracaju (Sinttra), Miguel Belarmino.

Diante dos fatos, a categoria analisa a possibilidade de parar as atividades no horário que vai das 0h às 6h, de hoje, dia 26, até a segunda-feira, 29. “Nos últimos três dias tivemos 23 assaltos e a Secretaria de Segurança Pública não toma nenhuma providência. A noite de ontem culminou com dez carros depredados, mais dois assaltos e três colaboradores agredidos. Repudiamos o trabalho da Polícia Militar que nada tem feito para coibir tais casos de violência. Nossa intenção é paralisar as atividades nos horários mais críticos até o fim dos festejos juninos”, alerta ele.

Enquanto as empresas contabilizam os prejuízos dessa onda de violência e trabalham para reintegrar o mais brevemente os veículos atacados à frota circulante, a população, nas ruas, sofre com a redução do serviço. “Essas ações atingem as empresas operadoras do sistema, já que a reposição dos ônibus depredados é feita por elas, mas é o usuário do transporte coletivo o principal prejudicado. É ele que amarga a redução da frota de ônibus”, frisa Alberto Almeida, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Município de Aracaju (Setransp).

Prejuízos

Na visão da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) “atitudes desse tipo não penalizam o órgão gestor ou a empresa de ônibus. Quem, de fato, está sendo penalizada é a população, que depende desse transporte para se deslocar. Quando os veículos são retirados de circulação, o tempo de retorno depende de diferentes fatores, principalmente da existência de peças para a reposição, o que nem sempre é imediato”, destaca Flávio Vasconcelos, assessor da SMTT.

Para se ter uma ideia dos prejuízos financeiros, para recolocar três veículos em circulação novamente - que tiveram a renda furtada, os vidros das janelas e portas quebrados, além de fazer a reposição da câmera que foi arrancada -, a Viação Atalaia terá que desembolsar valor superior à R$ 5 mil, considerando a quantia que deixou de ser arrecadada com a recolha do veículo.

Números nacionais

Levantamento da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos aponta que, somente esse ano, 83 ônibus foram alvo de atos de vandalismo pelo Brasil. O Sudeste do país lidera, com 47 veículos danificados, 56,6% do total. O levantamento considera as ocorrências registradas até 16 de março. De 2004 até o final do ano passado, foram 1.200 ataques a coletivos.

Fonte:  SETRANSP

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