segunda-feira, 22 de junho de 2015

SINDICÂNCIA DETECTA FRAUDE DE R$ 10 MILHÕES NA PM PAULISTA.

Esquema fraudava licitações operadas pelo Comando-Geral da corporação, segundo jornal. Até compra de clipe de papel está inclusa nas irregularidades


Uma sindicância da Polícia Militar de São Paulo detectou um esquema de fraudes em licitações na corporação que movimentou pelo menos 10 milhões de reais em dois anos, informa reportagem desta quinta-feira do jornal Folha de S. Paulo. Instalado no Comando-Geral da PM paulista, o esquema envolvia superfaturamento da compra de itens que vão de papel higiênico a clipe de papel, passando por pen drive e a reforma de um lago de carpas.

Segundo as investigações, as fraudes se deram pelo menos entre 2009 e 2010. Como parte da fraude, produtos pagos pela PM não eram entregues, como peças adquiridas para a manutenção da frota do comando: foram gastos 1,7 milhão de reais com a empresa Rogep Comércio de Auto Peças e nenhum item foi entregue. A justificativa da empresa foi de que as peças já haviam sido entregues, o que a sindicância não comprovou. Foram adquiridos ainda 9.700 quilos de açúcar em três meses, além de 23.300 pacotes de biscoito. O esquema também pagou 72.570 reais por clipes de papel.

Apontado como integrante do esquema, o tenente-coronel José Afonso Adriano Filho, na reserva desde 2012, admitiu a existência de fraudes - e disse que agia por ordem ou conhecimento de seus superiores. "Assumo tudo o que fiz. Tudo foi feito somente para o bem, jamais para o mal", afirmou à Folha. Nos anos em que o esquema operou a PM teve como comandantes-gerais os coronéis Roberto Diniz e Álvaro Camilo, hoje deputado estadual pelo PSD. Ouvido pelo jornal, ele negou envolvimento no esquema.

As investigações foram abertas em 2012 a partir de uma denúncia anônima. Relatório assinado pelo coronel Levi Anastácio Félix, corregedor-geral da PM, indica que foram encontradas irregularidades em todas as 458 licitações analisadas no período, segundo o jornal.

Fonte:  Veja

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