Decisão foi do secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes.
No sábado, carro tombou na capital; policial corre risco de perder o braço.
Após carros das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) serem flagrados realizando manobras arriscadas em São Paulo, causando acidente que deixou policiais feridos, o tradicional comboio na troca de turno na sede do grupo de elite da Polícia Militar (PM) foi suspenso temporariamente. A decisão é do secretário da Segurança Pública (SSP) de São Paulo, Alexandre de Moraes.
Em entrevista ao G1, Moraes afirmou que tomou a decisão após cinegrafista amador registrar o momento em que um veículo da Rota tomba logo após sair do Batalhão Tobias de Aguiar, no Centro da capital paulista, na tarde de sábado (18). Segundo o secretário, o policial militar que dirigia a viatura corre o risco de perder um dos braços.
Mas cenas de imprudência de alguns motoristas da Rota não são novidades. Na segunda-feira (20), o SPTV divulgou um novo vídeo que mostra um comboio de carros da Rota deixando a sede do batalhão, que fica na Luz, região central de São Paulo. Alguns veículos cantam pneu e, ao fazer uma curva, as rodas saem do asfalto e os carros perdem a estabilidade.
Tradições
A troca de turno é uma tradição da Rota que atrai até público em frente à base da corporação, mas as manobras colocam em risco quem acompanha de perto da calçada. “A partir de sábado, que foi o acidente, foi determinada a suspensão dessa saída conjunta em velocidade até que se averiguem quais as razões que levaram [ao acidente]”, disse Moraes.
“Essas tradições podem às vezes chegar ao excesso e o excesso tem de ser coibido. No caso da Rota há uma tradição de, na mudança do turno, todos os veículos que vão fazer aquele turno saírem ao mesmo tempo, certo?”, comentou o secretário. “Essa tradição, nesse sentido de todos saírem ao mesmo tempo, e a partir daí cada um vai para o seu local de policiamento. Essa tradição por si só não causa nenhum malefício à sociedade”.
“Agora, a partir do momento em que começa o excesso, sair em alta velocidade, é... sair colocando em risco não só quem está na rua, mas o próprio policial, causando acidentes, aí a tradição tem que ser adequada... Então, obviamente que nós vamos esperar a apuração, mas visualmente, significando, parece ter havido excessos”, completou Moraes.
De acordo com o secretário, esse tipo de excesso acabou revertendo contra o próprio policial que tombou a viatura da Rota e acabou sofrendo o acidente. “Corre o risco de perder o braço porque vai ter que tentar fazer um enxerto de pele, de carne”, afirmou. “Obviamente que isso não se justifica porque coloca em risco ele, coloca em risco a guarnição e coloca em risco as pessoas que estão na rua. Isso foi um excesso”.
O nome do policial que corre o risco de perder o braço não foi divulgado. Ele é um dos cabos que estava no carro e foi socorrido para o pronto-socorro Santana, na Zona Norte. Ele guiava o veículo num comboio da Rota na Avenida Tiradentes, antes de um patrulhamento de rotina. Logo depois, perdeu o controle da direção do veículo. Imagens mostram que a viatura balança de um lado para o outro e tomba no meio da via.
Segundo a assessoria de imprensa da PM, quatro policiais estavam dentro do veículo. Um sargento foi socorrido em estado grave ao Hospital de Clínicas (HC) com traumatismo craniano. O quadro dele era estável, de acordo com a corporação. Os outros dois policiais não ficaram feridos.
A Polícia Militar não soube informar a causa do acidente, mas abriu uma sindicância para apurar o caso. Em nota, a SSP informou que a polícia instaurou inquérito e sindicância para investigar o acidente de sábado. A pasta reiterou ainda que a corporação orienta os policiais a dirigir de forma segura.
Fonte: G1 SP
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