Severino Silva / Agência O Dia
Policiais recuperaram os pertences dos passageiros e apreenderam até uma granada
Passageiros do ônibus da linha 2329 (Castelo - Recreio), da viação Expresso Recreio, no Rio de Janeiro, passaram por um grande susto logo no início da manhã desta quarta-feira (1º). Três suspeitos assaltavam o coletivo quando um policial civil da 12ªDP (Copacabana) reagiu e feriu dois dos assaltantes. Uma passageira que estava sentada ao lado do inspetor Eduardo Bezerra avisou que o bando "não praticaria mais assaltos".
"Quando eles tinham roubado e estavam indo embora, o inspetor levantou e disse: 'esse aí não vai assaltar mais ninguém'. E depois disso atirou", afirmou Claudia Regina dos Santos, 32 anos.
O inspetor explicou na 16ªDP (Barra da Tijuca), onde o caso foi registrado, como decidiu o momento de atirar nos assaltantes que estavam com duas pistolas, sendo uma falsa, e granada. "Assim que eles anunciaram o assalto, eu olhei o momento de distração e reagi", diz.
O policial conseguiu atingir dois dos três criminosos. Um ferido conseguiu escapar do ônibus, mas foi preso dentro de uma padaria. O outro, que anunciou o assalto, foi baleado e caiu sobre a médica Simone Soares de Souza, de 43 anos, que ficou com a roupa ensanguentada.
"Não tenho cabeça para avaliar a atitude do policial se foi certa ou errada. O que vale é que estamos todos vivos. Eu só pensava nos meus dois filhos", completa.
De acordo com o motorista Carlos Barbosa, o trio entrou no ônibus no último ponto da Avenida das Américas. Ele lembrou que dois passaram pela roleta e um criminoso, que estava com o uniforme de frentista, aparentava muito nervosismo e dizia que estava sem dinheiro da passagem. Ele diz que foi ameaçado pelos homens. "Ele me falou: 'fica calmo, não pisca o farol para ninguém, se não eu vou te matar'', lembra.
Trauma para o resto da vida
Ao lado da filha de 12 anos, Maria Daniele Rodrigues, 32, seguia para o médico quando aconteceu o assalto. Ela relatou que as capsulas das balas caíram sobre ela e a adolescente. "Uma vez por mês eu levo a minha filha de 12 anos para uma consulta médica. Assim que eu dei o celular para o bandido, escutei os barulhos dos tiros e várias capsulas caíram em mim e na minha filha", diz a passageira, que não pretende andar mais de ônibus.
"Deixei a minha filha no médico para ver se acalma um pouco. Ela ficou em estado de choque, chorando muito. Vai ser um trauma muito grande para o resto de nossas vidas. Vou deixar de andar de ônibus por um bom tempo", finaliza.
Um suspeito foi atingido na cabeça e no pescoço e o outro três vezes na barriga. O primeiro, em estado grave, foi levado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Já o segundo está no Lourenço Jorge, na Barra. A polícia segue realizando buscas para tentar localizar o terceiro assaltante.
Fonte: O DIA
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