Assembléia ocorreu na noite desta quinta-feira, no auditória da Acadepol (Fotos: Portal Infonet)
Insatisfeitos com o recebimento parcelado dos salários de julho, os Policiais Civis deliberaram greve em assembléia geral extraordinária na noite desta quinta-feira, 30. Os agentes vão parar as atividades a partir do dia 3 de agosto e só voltarão quando os vencimentos forem pagos integralmente.
Com a greve dos agentes da Polícia Civil, apenas 30% do efetivo, conforme a legislação, funcionará nas delegacias. Serão afetadas as visitas aos presos, assim como a efetuação de boletins de ocorrência. As investigações também ficarão suspensas. As delegacias funcionarão em regime de plantão, apenas para lavratura de flagrantes e guia de liberação de óbitos.
João Alexandre: "sem salário, sem trabalho"
De acordo com presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe (Sinpol), João Alexandre, a paralisação é um protesto ao "desrespeito" do governo com a categoria. “É inconcebível um tratamento desse com uma categoria que presta um serviço essencial à população sergipana. Diminuir a importância da segurança pública é um ato de irresponsabilidade, é querer aumentar o que já está muito grande, que é a criminalidade”, critica.
O sindicalista garante que é uma ação de reação: “diante do anúncio do pagamento parcelado do salário, então entendemos que parcela-se o salário, parcela-se o trabalho, em outras palavras, sem salário, sem trabalho”, afirma enfático.
Dispostos em levar a frente a paralisação, a maior parte da categoria sinalizou positivamente ao protesto. O policial civil Rickson Hipólito categoriza a decisão do governo como absurda. “Nós trabalhamos o mês inteiro e temos direito de receber nossos salários de forma integral, mas isso não vai acontecer. Então só voltaremos quando pagarem o restante do salário”, garante.
Segundo o diretor do Sinpol, Jorge Henrique, aproximadamente 150 policiais civis participaram da votação, e apenas alguns agentes votaram contra a greve.
Outras reivindicações
Na luta também pelas melhorias de condições do trabalho, o sindicado dos policiais civis já estudam outras medidas para ver atendida suas reivindicações. “Nem que seja preciso recorrer a ONU [Organização das Nações Unidas] ou um dos seus representantes, faremos tudo que estiver ao nosso alcance para que essa situação inconcebível de armazenar presos em delegacias acabe, pois elas não foram criadas para essa finalidade. Guardar presos ou custodiá-los é, antes de tudo, um desvio de função da nossa atividade”, destacou João Alexandre.
O agente Rickson também demonstra insatisfação com a atual condição de trabalho. “Policial civil tomar conta de preso é inadmissível. Temos delegacias com mais de 70 presos pra dois policiais tomarem conta. Lugar de preso é no presídio”, enfatiza. O policial também cita que a categoria ainda aguarda a implantação do subsídio e reposição salarial, acusando o governo de utilizar-se de desculpas para não honrar os compromissos. “Engana todo servidor ao dizer que está no limite prudencial, mas já sabemos que isso não procede”, acusa.
Eleições
O Sinpol ensejou a oportunidade da assembléia para eleger a dupla de delegados que representarão o sindicato no 2º Congresso Nacional das Federações dos Policias Civis do Brasil (CONFEIPOL/NE). Foi a eleita a dupla Otávio Assis e o suplente Francisco Lima por 75 votos, derrotando a dupla Antonio Morais e suplente Sena, que somaram 39 votos.
Fonte: Infonet (Ícaro Novaes e Verlane Estácio)
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