Não adianta querer botar “panos quentes”: basta acompanhar o noticiário, no rádio, jornais, televisão ou internet que é fácil constatar que Sergipe não é mais um Estado seguro, que virou “terra sem lei”. Os bandidos estão atacando a qualquer hora do dia e a todo momento, sem pudores, sem preocupações. Simplesmente escolhem um alvo e atacam! Demonstram não ter qualquer preocupação com uma possível resposta da Secretaria de Estado da Segurança Pública. Politizando não está exagerando: a “onda de violência” é uma realidade em todas as regiões e já figuramos no País como um dos territórios mais perigosos. Foi-se o tempo em que podíamos sentar nas portas de nossas casas para “jogar conversa fora”.
Esta não é a primeira vez (e nem será a última) que Politizando vem criticando a política de Segurança adotada pelo governo de Sergipe. É perceptível que não há uma integração entre as polícias Militar e Civil. Parece que não há sintonia no trabalho das duas instituições. O Governo fala em investimentos, em equipamentos, veículos novos, armamentos, mas nem assim a marginalidade tem dado trégua. Os policiais sergipanos também não são mal remunerados. Esta é a comprovação que falta à SSP, além de mais efetivo, mais políticas eficientes de combate ao crime. Qualquer estudioso em segurança tem consciência que o papel da PM não é ostensiva, mas preventiva.
De que adianta você encher delegacias e presídios de detentos, que nunca serão ressocializados pelo sistema carcerário que temos hoje, se o crime já aconteceu? Se um ou mais vidas forem ceifadas, o trabalho da PM já foi em vão! Uma vida não tem preço. Imagine, várias? Não basta apenas identificar quem cometeu o crime. É preciso evitar que ele aconteça. É preciso que a sociedade volte a ter, no mínimo, a sensação de segurança. Hoje as pessoas são assaltadas em pontos de ônibus, em ruas movimentadas, na porta de suas casas, nos terminais de integração e em outros locais que possuem certa aglomeração. Antes os bandidos procuraram vítimas em locais ermos; hoje, talvez pelo descrédito em relação à SSP, eles atacam em qualquer lugar, em plena luz do dia...
Aí o secretário de Segurança Pública e o governador Jackson Barreto (PMDB) vão dizer: “não tem como a polícia ser onipresente!”. Isso é verdade, mas que tal enxugar um pouco a máquina, cortar mais cargos comissionados e contratar mais gente, aumentar mais o efetivo nas ruas? Por que não incentivar as prefeituras municipais a investirem em guardas municipais armadas e que trabalhem em sintonia com a PM e a Polícia Civil? Como grande parlamentar que o foi, como bom orador e advogado, esperava-se muito mais de Mendonça Prado, mas suas estratégias não tem sido eficientes no combate ao crime. Assaltos, roubos, sequestros relâmpagos e arrombamentos de agências bancárias são rotineiros. A ação policial está fragilizada em Sergipe.
A violência tomou conta das escolas, com alunos agredindo professores e funcionários; não há segurança em bancos e casas lotéricas; os comerciantes recebem seus clientes com as portas trancadas por temerem a ação dos vândalos e muitos empresários já não querem trabalhar a noite. Alguns taxistas, por exemplo, não se arriscam mais após as 17 horas. Virou rotina, pelo interior, os famosos “arrastões” onde dois ou três bandidos de moto saem roubando em grande quantidade, tendo em vista que aquela cidade possui apenas dois policiais para garantir a segurança de toda a comunidade. Será que é essa a proteção que queremos? Será que é essa sensação que merecemos?
Enquanto os sergipanos sofrem a mercê dos marginais, o governador Jackson Barreto decidiu desfrutar de uns dias de férias na Itália, talvez para relaxar um pouco do stress e da insegurança que tomou conta de Sergipe. Anunciando que não será mais candidato em 2018, JB dá sinais, a cada dia, que está perdendo o estímulo com a administração pública. E o pior: quando ele não toma providências em áreas estratégicas como a SSP, por exemplo, quem paga sempre é o povo! Pelo o que já foi apresentado até agora, pelos registros de violência e pela insegurança, está claro que não basta ao secretário Mendonça Prado sua boa vontade. A SSP requer um pulso mais enérgico para conter essa criminalidade. Em síntese: o tempo de Mendonça na secretária já passou e só ele e JB ainda não enxergaram isso...
Veja essa!
Um dos municípios que mais sofrem com a onda de violência é Lagarto. Os assaltos são constantes e acontecem quase que diariamente. Normalmente dois ou três indivíduos de moto. Ontem a noite, levaram aos aparelhos celulares dos clientes e do proprietário do Ponto do Açaí, na Colônia 13. Também levaram toda a renda. Cansado de esperar, o próprio empresário está no encalço tentando identificar os bandidos.
E essa!
As abordagens a transeuntes acontecem a todo o momento. Bastou a pessoa entrar em uma rua sem muito movimento, logo aparecerem dois ou três motoqueiros em Lagarto para cometerem o crime. Isso em vários pontos da cidade, na sede e nos seus povoados. Em Itabaiana e Ribeirópolis, por exemplo, a violência é quase a mesma.
Fonte: Faxaju (coluna Politizando do jornalista Habacuque Villacorte)
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