Falta de efetivo foi compensada pela presença de homens da Academia de Polícia Militar na Capital
Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS
Apesar da paralisação de servidores públicos, os moradores de Porto Alegre tiveram sinais de normalidade na área da segurança na manhã desta segunda-feira. Pelos diversos bairros, duplas de brigadianos a cavalo, de bicicleta e a pé foram vistas circulando — cena não muito diferente dos dias comuns.
No Centro, a falta de efetivo do 9º Batalhão da Polícia Militar (BPM) foi compensada pela presença de 49 homens da Academia de Polícia Militar. Na Praça XV, local onde está localizada a 1ª Companhia da Brigada Militar, as viaturas ficaram estacionadas durante a manhã. Quem passava por ali perguntava sobre reforço na segurança. A resposta vinha da capitã Cristiane Silveira:
— Estamos funcionando normalmente. Nada de atípico por aqui — disse ela.
No Centro Integrado de Segurança Pública do bairro Intercap, onde a Polícia Civil e Brigada Militar dividem o mesmo espaço físico, os servidores foram trabalhar, mas não fizeram atendimento ao público. No guichê da delegacia, a exceção era apenas para crimes contra a vida, como lesão corporal e estupro.
Segundo o chefe de investigação Emerson Aires, o objetivo da parada é informar a sociedade.
— Torcemos para que não aconteça nada de grave. Mas a probabilidade de que hoje tenha um aumento da criminalidade é altíssimo — disse.
No Batalhão de Operações Especiais (BOE), o pátio encontrava-se cheio de viaturas e o trabalho dos brigadianos funcionou normalmente.
Até o fim da manhã, as esposas dos brigadianos que impediam a saída de policiais na Avenida Praia de Belas, no 1º e 9º BPM, permaneciam no plantão em frente ao portão. Cerca de 20 a 30 policiais saíram para trabalhar. No interior do quartel, a informação é de que cerca de 90 brigadianos estariam sem trabalhar.
No Presídio Central, a movimentação não foi atípica. Segundo agentes da Susepe, a paralisação em todas as penitenciárias do Estado consiste na suspensão da movimentações internas, audiências e transferências de presos. Alimentação, procedimento médico e serviços de limpeza seguem.
— Os colegas de plantão trabalham normalmente, para não haver risco de rebelião. Mas nós paramos para protestar contra esse caos que está a segurança. Para trabalhar, a gente teria que descumprir a lei, pois está com colete vencido, carro com IPVA atrasado, tudo irregular — diz um funcionário da Susepe que prefere não se identificar.
Até o dia 18, quando ocorre reunião geral que decidirá sobre possível greve dos servidores públicos, a Polícia Civil faz operação padrão, de funcionamento em regime parcial.
— Há horas denunciamos aumento da criminalidade e brutalidade. Agora, juntou a questão do salário e paramos mesmo — diz Isaac Ortiz, presidente do sindicato dos agentes da polícia civil.
Segundo ele, a aparência de uma manhã tranquila foi "maquiada" pela presença dos alunos-PMs no Centro. Ortiz afirmou ter tomado conhecimento de arrastões e roubos na região central da cidade.
Veja imagens da manhã de protestos e paralisações:
Fonte: Zero Hora
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