Secretário diz que armas não são do Estado
O secretário de estado Antonio Hora Filho, de Justiça e Cidadania, não tem dúvida que já estão longe de Sergipe os principais articuladores da fuga do presídio de Nossa Senhora da Glória, que culminou com a morte do agente Antonio Nascimento Nogueira, o Antonio Da Lua, e deixou outros três agentes penitenciários feridos.
Os três foragidos são suspeitos de articular o plano de fuga e ter a posse das armas que entraram clandestinamente no presídio, entre elas uma pistola 380 de onde, possivelmente, saíram os projéteis que atingiram Da Lua.
Dois deles, Clodoaldo Rodrigues Bezerra e Alessandro de Souza Cavalcante (Billy), são condenados pelo atentado ao desembargador Luiz Mendonça, presidente do Tribunal de Justiça de Sergipe ocorrido em agosto de 2010, e outro, Josivaldo da Purificação Santos, o Naldo, preso na Operação Valquíria, integrante de uma organização criminosa especializada em assalto a banco e roubo de carga.
Na ótica do secretário Antonio Hora Filho, que está acompanhando as investigações desencadeadas pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, os três articuladores da fuga possuem estrutura logística para desencadear um plano daquelas proporções e teriam recebido apoio de um comparsa que os aguardava em um outro veículo.
Conforme o secretário, a polícia chegou à conclusão que o veículo usado para o resgate teria parado na porta do presídio, cujo condutor teria se retirado assim que percebeu a reação da equipe de segurança do presídio, deslocando-se até a estrada de Cumbe, onde, possivelmente, teria concluído o resgate.
Para o secretário, com esta logística, os três principais detentos tenham alcançado outros territórios fora de Sergipe. “Estes três possuem recursos e conexão com o crime organizado e, com certeza, já estão em outros estados. Mas os outros são bois de piranha e devem estar ainda na região”, considerou o secretário.
Projéteis
Antonio Hora revela que os detentos utilizaram armas que não pertencem ao Estado. Pelo menos, conforme o secretário, a pistola de calibre 380 encontrada na ambulância que foi tomada de assalto pelos fugitivos não integra o arsenal usado pela equipe responsável pela segurança dos presídios sergipanos.
As investigações concentradas na polícia civil para identificar o autor dos disparos que mataram o agente Antonio Nascimento Nogueira, o Antonio Da Lua, ainda estão em andamento e há suspeita que os projéteis que o atingiram teriam origem na pistola 380, que foi largada pelos bandidos no momento da fuga.
“Nossa corporação não tem este tipo de equipamento”, enalteceu o secretário. “A análise balística ainda não foi realizada, mas possivelmente saíram desta arma”, observou Hora, numa alusão aos tiros que atingiram Da Lua.
O secretário não atesta a veracidade, mas os primeiros momentos da investigação desencadeada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública indicam a possibilidade de envolvimento de servidores públicos no plano de fuga dos detentos. De acordo com o depoimento de um dos presos recapturados, as armas entraram no presídio em decorrência de facilidades articuladas por servidores, que teriam recebido propina dos detentos com este objetivo. “Tudo isso é baseado em depoimento de um detento recapturado, mas não é suficiente para estabelecer uma verdade”, enalteceu o secretário.
Fonte: Infonet Cássia Santana
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