quarta-feira, 5 de agosto de 2015

DIEESE: ESTADO PRIORIZOU OUTROS PAGAMENTOS.

Ele entende que o governo não pode ficar somente no pagamento da folha de pessoal e precisa fazer investimentos.

Foto: André Moreira/ Equipe JC

“Se o governo atrasa os salários dos servidores é porque priorizou outros pagamentos”. O entendimento é do economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômico (Dieese), Luís Moura, ao analisar a situação do Governo de Sergipe. Ele faz as contas e diz que no relatório fiscal do último quadrimestre (de maio de 2014 a abril de 2015) a receita corrente líquida era de  R$ 6 bilhões e despesa de pessoal de R$ 2,8 bilhões. “Significa que tem receita corrente mensal de R$ 500 milhões e um gasto mensal de R$ 280 milhões. Sobram R$ 220 milhões”, explicou.

Ele entende que o governo não pode ficar somente no pagamento da folha de pessoal e precisa fazer investimentos. O problema é que gastou com outras coisas e não cuidou dos servidores. “Quais são esses pagamentos? Isso não é do meu conhecimento”, afirmou Moura, que defende transparência do secretário da Fazenda, Jeferson Passos, e do governador Jackson Barreto.

“O Estado deve mostrar todos os gastos, para que tudo fique claro. Acredito deve ter tido compromissos atrasados que não sabemos. Agora, se a situação não é boa, ela fica pior ao não pagar os servidores, que deixam de comprar, de movimentar o comércio”, reforçou o economista do Dieese.

“Nesse momento, o Estado fica numa situação ruim porque a Vale não se interessa mais pelo Projeto Carnalita e a Petrobras não explora campos novos. Foi muito válida a atuação do governador Jackson Barreto que conversou com a presidente Dilma Rousseff sobre o assunto”, elogiou Moura. Mas ele também alfinetou o governador: “Não é arrochando nos servidores que se vai resolver a crise financeira do Estado”.

O economista lembra que a União divulga relatórios informando aos Estados e Municípios sobre aumento e queda na arrecadação, pois isso tem influência nos repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Em junho de 2015 houve uma queda de 13% na arrecadação da União, em comparação a maio do mesmo ano. Essa queda acontece normalmente, porque é o período de restituição do Imposto de Renda.

Mas se comparar junho de 2015 com junho de 2014 houve um acréscimo de 20,9% na arrecadação, que foi extraordinário. “Isso era previsto, por conta do governo ter desonerado uma série de tributos. Mas o número não sinaliza isso. Tem que analisar  o acumulado do ano, de janeiro a junho, observando igual período do ano passado, com um crescimento de 7,7%, bem próximo à inflação.

Fonte:  Jornal da Cidade

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