Os 150 homens da Força Nacional devem estar chegando ao Estado de Sergipe nesta quarta-feira, 26. A informação foi passada na tarde desta terça-feira, 25, pelo secretário de Estado da Justiça, Antônio Hora. Quanto à transferência de 20 presos de alta periculosidade, do Presídio de Nossa Senhora da Glória para presídios federais, ele destacou que o pedido foi feito, mas ainda não obteve resposta. E enfatiza: "A Secretaria não está agindo depois da fuga em Nossa Senhora da Glória.
“Nós pedimos os 150 homens da Força Nacional desde o dia 12 de agosto. Antes dessa fuga, eu já havia solicitado ao governador, que acatou a minha solicitaçã. Infelizmente esses homens não chegaram antes, pois talvez não tivéssemos passado pelo que passamos. Reforçamos o pedido e esses homens devem estar chegando até a próxima quinta-feira para fortalecer o trabalho dos Guardas Prisionais. Quero deixar claro que não se trata de um confronto de atividades, mas de um somatório. Os guardas prisionais continuarão desempenhando suas funções e a Força Nacional vai dar o suporte de segurança que hoje está fragilizado”, ressalta o secretário de Estado da Justiça, Antônio Hora Filho.
Presídios Federais
Quanto à transferência de 20 presos para presídios federais em outros Estados, a exemplo do Rio Grande do Norte, Antônio Hora explicou que o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), tem um sistema de presídios federais, com segurança máxima e que não aceitam a superpopulação, então se a lotação é pra 100, eles só aceitam 100.
“Da mesma forma que acontece aqui no nosso presídio privatizado no Santa Maria. Nós temos um contrato e por força do contrato só podemos colocar uma quantidade de presos. Nos presídios administrados plenamente pelo Estado, nós somos obrigados a receber todos aqueles que sejam presos. Como as delegacias estavam lotadas de presos, mesmo as nossas unidades estando superlotados, nós fomos praticamente obrigados por força do momento a aceitar os que se rebelaram, por conta da paralisação dos delegados. Estamos pedindo 20 vagas, vamos selecionar os 20 mais perigosos, que causam realmente riscos à segurança e ao equilíbrio das unidades prisionais do nosso Estado. Não é fácil, precisa de relatórios técnicos, justificativas, autorizações de juízes dos casos em que são réus e saber se as unidades têm vagas. Não é um processo rápido, mas temos certeza de que se nós conseguimos tirar esses 20 presos de alta periculosidade, o nosso sistema vai dar uma acalmada maior”. Destaca.
Reunião com Sindipen
O secretário de Justiça destacou ter recebido os representantes do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindipen), na última segunda-feira, 25, quando apresentou todas as licitações já encaminhadas. “Mostramos uma tabela sobre a aquisição de coletes balísticos, armas ponto 40, munições letais e letais, estamos em fase de conclusão dos uniformes, ou seja, a secretaria não está trabalhando depois da fuga, depois da morte do guarda prisional. Nós estamos trabalhando há muito tempo para reestrutuar a secretaria Infelizmente no Estado tem que abrir licitação, fazer parecer técnico e parecer jurídico, o que demanda mais tempo”, diz.
Articulação
Ele afirmou que a polícia acredita que o Billy e o Clodoaldo, que participaram da tentativa de homicídio ao desembargador Luis Mendonça, além de um terceiro, da Operação Valquíria, o Nado, já não estão em Sergipe pois há indícios de que havia um carro aguardando para dar fuga. “Esses três provavelmente vai ser difícil recuperar agora, mas como existe uma inteligência nacional na região, os outros estados já estão avisados que eles estão fugitivos e podem ser recuperados em outros estados, outras fronteiras, mas aqui em Sergipe mesmo, eu acredito que os 15 possam ser recapturados, já que dois já retornaram”, diz.
Entrada de armas
Sobre a facilitação da entrada de armas no Presídio de Nossa Senhora da Glória, o secretário afirmou que um dos presos recapturados está de posse da polícia civil porque fez algumas denúncias, deu depoimento dizendo que tanto o celular que ele utilizou, quanto as armas para a fuga, foram colocadas dentro do presídio com a participação e negligência de algum funcionário.
“Foi aberta a investigação, a Polícia Civil está à frente, estamos deixando bastante tranquilo para dar lisura e celeridade ao processo; disponibilizando todos os funcionários e presos para depoimentos e enviando alguns celulares que foram recolhidos em Glória ontem durante uma revista que fizemos para que a polícia possa averiguar a veracidade desse depoimento. É muito precoce a gente determinar que houve participação e negligência, porque é o depoimento de um preso, que é acostumado a mentir e a enganar. Tanto que a fuga foi em cima de uma grande mentira. Eles, 9h30 da noite alegaram estar passando mal, se fazendo de doentes e que estavam sentindo dores. Os nossos guardas tínham duas opções, ou deixar eles morrer nas celas ou prestar socorro; quando abriram as celas para levá-los ao hospital, foram pegos como reféns, o que nos dá a certeza que ele pode estar falando a verdade sim, mas também pode ser uma grande mentira pra aumentar o estrago que eles fizeram”, entende.
Antônio Hora Filho garantiu que, de qualquer forma, se a polícia concluir a investigação e tiver provas contundentes que houve participação ou negligência de algum funcionário, esse responderá rigorosamente pelo cometimento dos seus atos. "Não seremos aqui corporativista para encobrir erro, até porque é um crime com consequências imensuráveis, colocar uma arma dentro de um presídio, porque é impossível prever o que pode acontecer. Nesse caso específico, houve a morte de um colega, de um Guarda Prisional e um outro que também foi alvejado e se encontra internado”, lamenta.
Fonte: Infonet (Aldaci de Souza)
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