terça-feira, 1 de setembro de 2015

BATALHÕES DA BRIGADA MILITAR REGISTRAM BLOQUEIOS EM PORTO ALEGRE.

Manifestantes se posicionam em frente a sedes desde a madrugada.
Associação orienta PMs a não saírem com as viaturas nesta terça (1).

Mobilização em frente a batalhões da BM têm até membros do sindicato dos professores (Foto: Zete Padilha/RBS TV)

Mobilizações em frente a batalhões de polícia militar fazem bloqueios na saída das sedes deste o fim da madrugada desta terça-feira (1). São integrantes de sindicatos e associações, além de familiares, em apoio à greve dos servidores estaduais, que anunciaram paralisação pelo menos até quinta-feira (3) em retaliação ao governo pelo novo parcelamento de salários. A medida foi adotada novamente, em meio à crise financeira do estado.

Conforme o presidente da Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar (Abamf), Leonel Lucas, somente em dois batalhões ainda não havia mobilização até por volta das 6h40, o 20º e o 11º, que atuam na Zona Norte de Porto Alegre.

Os demais amanheceram com bloqueios. A orientação é para que o aquartelamento aumente durante o dia, com os PMs permanecendo nos quarteis, sem fazer policiamento nas ruas. As viaturas não devem sair dos batalhões, pede a Abamf.

"Até o fim da tarde pretendemos alcançar todos os batalhões", diz Leonel Lucas ao G1.

Ainda na área da Segurança Pública, a Polícia Civil anunciou que o atendimento nas delegacias está restrito. São atendidos somente casos relacionados a crimes graves, como homicídios e acidentes com morte.

Também há reflexos nas penitenciárias. O presidente do Sindicado dos Servidores Penitenciários do estado (Amapergs), Flávio Berneira, disse que a categoria pode abandonar os presídios. “Nós temos uma tendência de que esse movimento se intensifique, porque o parcelamento, da forma que foi feito, inclusive inviabilizou a capacidade das pessoas seguirem trabalhando”, afirmou na segunda-feira.

Nota pede que população se proteja “como puder”

Uma nota conjunta assinada por nove entidades ligadas à Brigada Militar e ao Corpo de Bombeiros pede que a população se proteja “como puder”. No texto, a categoria diz que, com o salário parcelado, o serviço será parcelado também.

"Orientamos a população do Rio Grande do Sul, que vê a criminalidade se alastrar rapidamente, que se proteja como puder face a ausência de policiamento nas ruas que se verifica no dia de hoje e se intensificará a partir de amanhã. Não podemos receber ordens de quem não cumpre a lei e comete crime de desobediência", diz a carta.

Educação foi área mais afetada no 1º dia de greve

Na segunda-feira (31), quando se iniciou a paralisação, a Educação foi o setor mais afetado. Antes mesmo do pronunciamento do governador José Ivo Sartori sobre o parcelamento, escolas sequer abriram as portas. Nos próximos dias da semana a situação não deve ser alterada. A Secretaria Estadual da Educação pede que os pais liguem para as escolas antes de levarem os filhos para a aula.

Segundo mês com salários parcelados

O pagamento da folha do mês de agosto será dividido em quatro parcelas - em julho seriam três, mas o salário acabou sendo pago em duas vezes. A medida é válida para todos os funcionários vinculados ao Poder Executivo.

Nesta segunda, os servidores receberam R$ 600, já previstos desde sábado (29), quando os extratos indicavam o valor que seria depositado. Uma segunda parcela de R$ 800 será depositada até dia 11 de setembro. Já no dia 15 está programado o crédito de R$ 1.400. A parcela complementar para quem ganha acima de R$ 2.800 será creditada até o dia 22.

Fonte:  G1 RS

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